Da Redação 20/09/2004 – A multinacional alemã Bayer está reforçando sua atuação no mercado global de sementes transgênicas. Por meio da Bioscience, divisão da Bayer CropScience voltada ao desenvolvimento dessas sementes e de soluções para biotecnologia, o grupo está investindo 85 milhões de euros este ano em pesquisa e desenvolvimento de produtos nas áreas de canola, algodão e arroz.
“A empresa busca uma diferenciação no mercado de sementes. Por isso, estamos optando por essas culturas que enfrentam menos concorrência no mercado do em áreas como soja e milho, por exemplo”, disse Lykele van der Broek, presidente da Bioscience.
A multinacional ainda não tem uma data prevista para o lançamentodesses produtos nos mercados, e informa que nesse trabalho adotará estratégias diversificadas, conforme as especificidades de cada país. O grupo alemão já têm sementes de canola e algodão geneticamente modificadas. A primeira semente de canola foi lançada em 1997, no Canadá. Hoje, as pesquisas em biotecnologia estão focadas no melhoramento da qualidade do óleo de canola e de seu rendimento na indústria.
Na área de algodão, as pesquisas estão focadas em plantas resistentes a intempéries climáticas e em sementes de melhor performance no campo. A empresa lançou seu portfólio de sementes transgênica de algodão no mercado americano em 1999, e atualmente tem participação de 25% naquele mercado. Essas sementes também são comercializadas na Grécia, Espanha, Turquia e parte da América Latina, onde tem 20% de “market share”.
Na área de arroz, a Bioscience desenvolve sementes melhoradas geneticamente e transgênicas, que possuem níveis diferenciados de amido. Van der Broek diz que a empresa tem dificuldades para colocar o produto no mercado asiático, que não permite a produção de transgênicos. “Em principio, o produto será voltado para o mercado americano, mas o Brasil [cuja Lei de Biossegurança, que regulamenta a liberação de transgênicos no país, ainda precisa ser votada no Senado] é uma possibilidade”, diz Van der Broek.
Bernward Garthoff, diretor de tecnologia da Bayer CropScience, diz que a unidade desenvolve pesquisas com batatas para obter níveis mais baixos de amido, também planeja criar produtos nas áreas de saúde, biomateriais e nutrição. A Bioscience fazia parte da Aventis CropScience, adquirida pela Bayer em 2002. Em 2003, a divisão teve faturamento de cerca de 160 milhões de euros e participação de 9% no mercado global de sementes.
Na última quinta-feira, a empresa inaugurou um centro de pesquisa em biotecnologia no campus da Universidade de Gent, na Bélgica, que absorver investimento de 18 milhões de euros.