Da Redação 28/09/2004 – O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, espera avanços nas negociações para a reabertura do mercado russo às carnes brasileiras nesta semana. A barreira foi erguida no último dia 20, uma semana após a descoberta de um foco de febre aftosa em Carneiro da Várzea (AM). Rodrigues admitiu que as tratativas continuam difíceis e que até ontem não havia novidades positivas para o Brasil.
Ele informou, ainda, que o Ministério da Agricultura vem contando com o apoio do Itamaraty nas negociações, e que na sexta-feira o chanceler brasileiro Celso Amorim tratou do tema com seu colega russo. Com a trava no mercado importador, o ministério calcula que o Brasil tem deixado de exportar US$ 4 milhões por dia. Até agosto, o país vendeu à Rússia US$ 288,1 milhões em carne suína, US$ 119 milhões em carne de frango e US$ 139 milhões em carne bovina, conforme dados da Secex compilados pelas associações que reúnem empresas exportadoras.
O ministro disse, também, que todas as informações solicitadas por Moscou sobre a sanidade do rebanho brasileiro já foram enviadas. E lembrou que o foco detectado, o segundo em três meses, está fora da área exportadora do país.
Pelo em parte devido ao embargo russo, os preços do suíno vivo continuam em queda em Santa Catarina. Ontem, o quilo caiu mais 2,1%, para R$ 2,30, segundo o Instituto de Planejamento e Economia Agrícola de Santa Catarina (Icepa). Jurandi Machado, analista do Icepa, minimiza o “efeito Rússia”, afirma que a queda dos preços deve-se à falta de compras de especuladores de outros Estados do país e observa que a oferta está ajustada.