Redação SI 09/11/2005 – Produtores independentes de suínos de Santa Catarina tinham ontem a expectativa de que a Secretaria de Agricultura de São Paulo permitiria a entrada de animais vivos para frigoríficos e para granjas de reprodução. Mas nenhum comunicado foi feito oficialmente por São Paulo até o fechamento desta edição.
Os produtores vêm defendendo um corredor sanitário para animais de Santa Catarina, já que o Estado é livre de febre aftosa. O corredor seria por algumas rodovias afastadas dos possíveis focos no Paraná, com suspeita de foco.
Em reunião realizada com frigoríficos, o secretário de Agricultura de São Paulo, Duarte Nogueira, disse que manterá a proibição do trânsito de animais e carne com osso até a conclusão dos testes no Paraná (previstos para sair amanhã) e o fim do surgimento de focos no Mato Grosso do Sul. A expectativa é que o Estado mantenha as barreiras até a próxima semana.
O Grupo de Trabalho Interministerial do governo reúne-se hoje e amanhã em Campo Grande e Japorã (MS), para tratar das ações de emergência, como indenizações aos criadores que tiveram gado sacrificado e recomposição da renda dos produtores. No Mato Grosso do Sul, os focos envolvem 13.713 bovinos, 59 suínos e 227 pequenos ruminantes, sendo que 3.930 foram abatidos.
Para recuperar o tempo perdido em função das chuvas, a velocidade dos abates no Mato Grosso do Sul aumentou após a determinação do diretor da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), João Cavalléro. Segundo ele, somente ontem foram sacrificados 500 animais na fazenda Princesa do Sul, frente às 200 cabeças por dia registradas nas semanas anteriores. A fazenda Princesa do Sul, em Japorã, foi o local onde foi registrado o 22 foco de aftosa no Estado. “Os abates em Eldorado já foram encerrados. No momento, todas as atenções estão voltadas para Japorã”, disse.
Informações não-oficiais dão conta de que navios que estavam no mar com carnes brasileiras de origem catarinense a caminho da África do Sul tiveram de ser redirecionados nesta semana para Hong Kong por conta do embargo imposto pelos sul-africanos ao produto brasileiro. O desvio para Hong Kong foi a alternativa encontrada pelo setor para estender a rota até a Ásia, uma vez que é Hong Kong um dos poucos mercados que não cancelaram as importações do produto. A África do Sul, por sua vez, será um dos primeiros países que serão visitados por missões brasileiras no intuito do governo tentar reverter os embargos à carne, segundo fontes do setor.