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Comitiva catarinense negocia fim do embargo Russo

Embarques de carne suína para a Rússia voltam em fevereiro, diz presidente da ACCS.

Redação (18/01/2006) – A comitiva catarinense que está na Rússia para negociar o fim do embargo à carne suína produzida no Estado realizou sua primeira reunião na tarde de ontem (17/01). Durante o encontro, o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, ressaltou a importância da suinocultura e das exportações de carne suína do Estado para a Rússia. Destacou também as dificuldades por que passam suinocultores catarinenses em função da estiagem e do embargo russo.

Já o Secretário da Agricultura, Moacir Sopelsa, falou da dedicação e do empenho do governo na preservação do status sanitário de Santa Catarina como Estado Livre de Aftosa sem Vacinação, além do trabalho realizado pelas barreiras sanitárias e do controle rigoroso da entrada e saída de animais. Manifestou a preocupação com a permanência do embargo por mais seis meses, fato que seria uma catástrofe para a suinocultura catarinense.

Já o presidente da ACCS, Wolmir de Souza, demonstrou a gratidão ao Governo do Estado de Santa Catarina por fazer parte da comitiva e trazer informações do setor produtivo. Ressaltou a preocupação dos reflexos negativos do embargo, que já tirou do produtor R$ 0,30/kg de suíno terminado e do comprometimento dos produtores quanto à qualidade da carne suína catarinense e o rigoroso controle sanitário.

O Embaixador do Brasil na Rússia, Carlos Augusto Rego Santos Neves, fez questão de lembrar o episódio das cotas impostas pela Rússia, dos focos de Amazônia no Pará, da pressão feita pelo governo brasileiro e da realidade vivida pelo Brasil hoje com focos de Aftosa no Mato Grosso do Sul e a indefinição dos focos de Aftosa no Paraná. Em sua opinião episódios como esses contribuem para a falta de credibilidade aos órgãos de defesa sanitária nacional.

Neves comentou também da diferença entre a produção de suínos e bovinos, no qual, diferente dos bovinos, o suíno se não comercializado na época certa, continua se alimentando e assim aumentando o seu peso e o custo de produção e o bovino fica no pasto com custo de produção reduzida. Ressaltou também da preferência do atacadista, varejista e consumidor russo pela qualidade e preço da carne suína brasileira.

Neves deixou claro que nenhuma decisão se dará no momento das negociações, já que não é hábito procederem dessa forma. Qualquer decisão será tomada posteriormente. Esclareceu também que a decisão dos russos em suspender as importações por dois anos dos Estados onde tiverem focos e um ano para os Estados vizinhos se reduziu para um ano e seis meses, respectivamente.

O presidente da ACCS, Wolmir de Souza, saiu confiante desta primeira reunião e afirmou que as exportações para a Rússia serão abertas, mas não no ato das negociações como previam.

Hoje o encontro será com o Ministério da Agricultura e lideranças do Governo Russo, a partir daí haverá uma posição mais concreta sobre o assunto. “Não temos dúvidas de que o embargo será encerrado, provavelmente na próxima semana quando as autoridades daqui irão se reunir para analisar os documentos que deixamos aqui. Com certeza, no início de fevereiro irão voltar os embarques de carne suína para a Rússia”, finalizou.

O encontro contou com a presença do Governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira; o Embaixador do Brasil em Moscow, Carlos Augusto Rego Santos Neves; Secretário da Agricultura de Santa Catarina, Moacir Sopelsa; Secretário da Articulação Internacional, Valdir Colatto; Assessor Técnico do Ministério da Agricultura, Hamilton Martins; Presidente da Abipecs, Pedro Camargo Neto; Presidente da ACCS, Wolmir de Souza, Representantes da Imprensa Catarinense e Representantes Comerciais.