Redação SI (24/02/06)- Em evento realizado ontem (23/02), A sadia e o Instituto Butantan mostraram um ambicioso projeto para a redução da mortalidade infantil no País. O estudo começou em 1999, com a produção de 24 mil doses do medicamento. Hoje, com a parceria, o número subiu para 200 mil.
Diretores da Sadia, do Instituto Butantan e o ministro da Saúde durante o lançamento da parceria |
A produção do biofármaco é feita a partir de uma tecnologia de extração do surfactante, desenvolvida pelo Instituto Butantan. Ao invés de enviar os pulmões de suínos direto ao Instituto, a Sadia fará a separação da substância, barateando portanto, os custos. O processo de produção do biofármaco está dividido em três etapas: extração do surfactante, purificação e liofilização. A Sadia fará a primeira etapa deste processo, mandando o material já extraído para o Instituto Butantan.
Segundo Luiz Murat, diretor Financeiro de Relações com Investidores da Sadia, a idéia deste projeto surgiu a partir da preocupação da empresa em assuntos que afetam a sociedade, portanto resolveu montar a parceria com o Butantan, fornecendo a matéria-prima do surfactante.
Produção do surfactante
Na região de Uberlândia (MG), onde a Sadia mantém uma unidade produtiva de suínos, são abatidos cerca de 700 mil animais. Para o processo de produção do medicamento, a empresa separa duas toneladas de pulmões dos animais, que são lavados e triturados e, em seguida, adicionado uma solução salina e então filtrados. Na seqüência, adiciona-se celulose à mistura. É ela quem vai absorver o surfactante presente na solução. Já separada da água, a celulose com o surfactante será enviada ao Centro de Distribuição da Sadia em Jundiaí, na Grande São Paulo, de onde o material seguirá para o Instituto Butantan, que se encarregará das demais etapas do processo.
Ministro da Saúde, Saraiva Felipe, e o diretor da Fundação Butantan, Isaias Raw |
Segundo Isaías Raw, diretor da Fundação Butantan, o medicamento substitui o que o produto natural usado hoje faz. Numa primeira fase, toda a produção do Instituto será destinada ao Ministério da Saúde, que pretende distribuir gratuitamente o biofármaco para todas as maternidades públicas do País. Este é o grande desafio do projeto, baratear o custo para que a população carente tenha acesso ao medicamento.
O evento marcou também os 105 anos do Instituto Butantan, e estiveram presentes o vice-governador do Estado, Cláudio Lembo, e o ministro da Saúde, Saraiva Felipe. O ministro destacou o avanço brasileiro em tecnologias para a saúde, elogiou o estudo do Butantan para a fabricação da vacina contra Influenza e informou sobre o interesse do Banco Mundial e de outras organizações internacionais pelas pesquisas brasileiras. Gostaria de registrar esta grande satisfação e dizer que gostaríamos de aprofundar esta parceria com o Instituto Butantan.
Tubos onde serão fabricadas/processadas as doses das vacinas contra Influenza no laboratório especial do Butantan |