Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Gripe aviária afeta exportações brasileiras

Avicultores brasileiros começam sentir os prejuízos causados pelo impacto internacional da doença.

Redação AI (01/03/06)- O criador José Tondo construiu dois aviários para diversificar a propriedade. Ele não queria mais depender apenas do gado de leite. Só que a alternativa tem preocupado o produtor. A cooperativa para qual trabalha, no oeste do Paraná, diminuiu o alojamento e está demorando mais para entregar os pintinhos. Antes, a granja parava por uma semana. Agora, entre a entrega e a chegada de um novo lote são 12 dias. Durante esse tempo, toda a estrutura fica vazia. “A gente deixaria de ganhar um pouquinho a mais, que ajudaria. E a gente passa a continuar na atividade, que não é de uma hora para outra. A atividade tem de ser continua, passando os momentos bons e ruins”, falou Tondo.

 

Um frigorífico em Palotina foi inaugurado há menos de um ano. A previsão até dezembro era abater 300 mil frangos por dia. Só que ao invés de aumentar, a cooperativa vem diminuindo a produção mês a mês.

 

Em janeiro, foram abatidos 210 mil frangos por dia. Metade do que é produzido no frigorífico vai para 22 países. Os principais compradores são Inglaterra, Alemanha, Holanda e Japão.

 

Demissões no setor

 

O presidente da cooperativa, Alfredo Lang, sabe que os negócios não vão bem e já está se preparando. Os funcionários não trabalham mais aos sábados. As horas extras foram cortadas e começaram as demissões. “Essa readequação exigiu também um ajuste no quadro de funcionários e isso nos levou a reduzir o quadro em 260 funcionários. Esperamos que fique por aí. Esperamos que não sejam necessárias mais medidas a serem tomadas. Mas se for necessário, vamos adequar”, alertou Lang.

 

Em São Paulo, o presidente da Associação Brasileira de Exportadores de Frango (Abef), Ricardo Gonçalves, informou que em janeiro houve uma queda de 13% na exportação brasileira. “Na área de exportação temos experimentado reduções de consumo nos mercados onde nós exportamos. Algumas reduções são em mercados onde houve o problema da influenza aviária e em outros lugares, inclusive, é por pura divulgação do problema, que faz com que as pessoas sintam um pouco de temor com relação ao assunto. O temor é emocional. Não há nenhuma objetividade uma vez que toda a carne de frango é comida cozida”, falou Gonçalves.

 

O Brasil é o maior exportador mundial de frango. Em 2005, foram comercializados 2,8 milhões de toneladas de carne.