Redação (08/01/2008)- A intensa volatilidade projetada por analistas para as principais commodities agrícolas transacionadas no mercado internacional em 2008 é marcante já nesses primeiros dias do ano, sobretudo para trigo, soja e milho. Na bolsa de Chicago, foram quatro sessões neste ano, dominadas por fundamentos ou movimentos de fundos de investimentos nos mercados de trigo e soja. Para ambas, houve duas altas expressivas, um recuo moderado e uma forte queda, registrada ontem. O milho oscilou menos.
O maior tombo da primeira sessão desta semana foi o do trigo, motivado pela expectativa de reposicionamento dos investidores, especialmente por parte de fundos de índice ("index funds"). Conforme a AgResource Company, a tendência é que esses fundos vendam contratos de trigo e soja e reforcem suas posições no mercado de milho. Os três produtos estão valorizados, mas o milho perdeu um pouco de força nos últimos meses.
Ontem, em Chicago, os contratos do trigo com vencimento em maio (que ocupam a segunda posição de entrega no mercado, normalmente a de maior liquidez) fecharam a US$ 9,1575 por bushel, baixa de 28,75 centavos (3,03%). Segundo o Valor Data, mesmo com o tombo ainda há valorizações acumuladas de 2,55% neste ano e de 90,78% nos últimos 12 meses.
No caso da soja, outro fator de pressão, além do reposicionamento dos fundos de índice, foram as previsões de clima mais favorável ao desenvolvimento das lavouras argentinas. Com a conjunção, os papéis para março recuaram 12,75 centavos de dólar (1,01%), para US$ 12,4975. O salto acumulado em 2008 diminuiu para 2,92%; em 12 meses, a alta alcança 83,38%.
Apesar de estar na mira dos fundos, o milho sentiu a pressão da queda do petróleo e também caiu em Chicago. Maio perdeu 0,5 centavos (0,1%) e fechou a US$ 4,7750. No ano, há alta de 2,3%; em 12 meses, de 26,41%.