Redação (28/02/2008)- A colheita da soja em Goiás chegou a 10% dos 2,1 milhões de hectares estimados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). De acordo com o presidente da Comissão de Cereais e Oleaginosas da Federação de Agricultura do Estado, Alécio Maróstica, na mesma época do ano passado 20% da safra já tinham sido colhidos.
Embora já fosse esperada uma defasagem de 20 dias, por causa do atraso no plantio, as chuvas também têm sua parcela de responsabilidade. Foram mais dez dias de atraso, afirmou Maróstica. Segundo ele, os produtores estão preocupados com o cultivo do milho safrinha, cuja janela de plantio está se fechando. Alguns já pensam em migrar para o sorgo, que pode ser plantado mais tarde.
Quanto às questões sanitárias, o mofo branco tem preocupado mais que a ferrugem neste ano. A doença, de difícil controle, está em todas as regiões do Estado.
Outra preocupação é com a comercialização da soja. A última rodada de queda do dólar assustou os produtores, que venderam parte da safra por até US$ 15/saca. Apesar disso, Maróstica não acredita na quebra de contratos em Goiás, embora admita que alguma negociação deva ser feita entre produtores e compradores, caso o câmbio se deteriore ainda mais. A situação está complicada e esperamos que o governo estude a questão, afirmou, referindo-se aos leilões de prêmio ao produtor (Pepro). Até agora, entretanto, o Ministério da Agricultura não deu sinais de que vá realizar leilões neste ano.