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Especialista diz que Brasil está preparado para enfrentar pandemia de IA

Por causa do risco, a Organização Mundial de Saúde (OMS) determinou aos países que se preparassem, criando planos de contenção.

Redação (07/04/2008)- A possibilidade de uma pandemia de Influenza aviária já foi noticiada muitas vezes, no entanto, é impossível traçar previsões para o assunto. A doença, que até a última contagem da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) divulgada em abril do ano passado, fez 291 vítimas, das quais 172 morreram, é uma variação de gripe transmitida por pássaros migratórios. E se, como acontece atualmente com a dengue, várias pessoas apresentassem os sinais de contaminação pelo vírus da Influenza aviária (H5N1), o país estaria preparado? Para o especialista da UnB em infecção pulmonar, Ricardo de Melo Martins, sim.Ele atuou como consultor na criação do Plano Nacional de Contenção da possível pandemia e considera que o país está com condições de identificá-lo, inclusive, se o primeiro caso ocorrer longe dos centros urbanos.A doença é transmitida primeiro para aves domésticas, que infectam as pessoas. O risco de pandemina está no fato de o vírus transmissor (H5N1) poder ser transmitido de pessoa a pessoa. Por causa do risco de pandemia, a Organização Mundial de Saúde (OMS) determinou aos países que se preparassem, criando planos de contenção.

“O Plano brasileiro está ligado aos planos dos demais países e, ao menor sinal de transmissão inter-humana do quadro de gripe, as sinalizações são desencadeadas e passa-se a atuar de maneira preventiva e conjunta. Dentro do plano existem os laboratórios satélites, ou seja, localizados em diversas regiões do país, identificando, quando ocorre algum surto, pessoas que podem estar acometidas pela gripe aviária”, detalhou Martins.

Até o fim de 2005, o Ministério da Saúde mantinha 46 “unidades sentinelas”, localizadas em regiões por onde passam as aves migratórias. Segundo o especialista é necessário que algumas pessoas sejam identificadas com o vírus para a produção de uma vacina ou medicamentos capazes de imunizar a população.

“É uma gripe, como nós estamos acostumados a ver, só que com uma intensidade maior, porque nós não temos anticorpos para esse novo vírus. Para que a gente desenvolva a defesa contra esse vírus é preciso que algumas pessoas desenvolvam a doença, e, com o correr do tempo, a população passa a ter uma imunização”, relatou.

Depois que o vírus for identificado em um laboratório satélite, todos os outros são acionados. Segundo Martins, neste ano foi inaugurada uma fábrica no Instituto Butantã (em São Paulo), com capacidade de elaborar vacina no menor espaço de tempo possível – embora isso possa representar meses. Por enquanto, na esfera da prevenção, ele considera que a situação está controlada.

“A questão é que nós não sabemos qual será a estrutura do vírus quando ele tiver a capacidade de fazer a contaminação inter-humana. Como o vírus tem grande capacidade de mudar, só no momento em que isso ocorrer é que nós vamos ter conhecimento suficiente para fabricar a vacina contra o vírus capaz de fazer a contaminação inter-humana”, acrescentou.

A Opas organizou em seu site uma compilação de dados sobre a Influenza aviária. É possível ler recomendações para a população, como estão os estudos para a vacina, a contagem dos casos e ler perguntas e respostas. O Plano Nacional de Contenção da possível pandemia está no site do Ministério da Saúde.