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Novas fronteiras para carne de frango

Francisco Turra assume amanhã, em Brasília, a presidência da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef).

Redação (15/04/2008)- Ex-ministro da Agricultura (1997 e 1998) e ex-deputado federal pelo PP-RS (2003 a 2006), o gaúcho Francisco Turra assume amanhã, em Brasília, a presidência da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef) com a tarefa de abrir novos mercados para o produto brasileiro no exterior e evitar embargos como as restrições impostas atualmente pela União Européia sobre a carne bovina.

A primeira missão de Turra como "embaixador do frango" brasileiro será uma audiência com o príncipe Charles, da Inglaterra, no Palácio de Buckingham, no fim deste mês, em dia a ser confirmado. A convite do próprio príncipe – e junto de representantes dos exportadores de carne bovina e suína e do Ministério do Meio Ambiente -, ele vai relatar os cuidados do setor e do governo com sanidade e preservação ambiental. Em dezembro, irá à Rússia para tentar aumentar as vendas.

Segundo o novo presidente da Abef, uma onda de manifestações contrárias ao frango brasileiro publicadas recentemente em jornais europeus, que questionam o impacto ambiental da avicultura no país e as condições sanitárias do segmento, requer respostas rápidas. Ele admite que o governo brasileiro deve investir mais em sanidade, com mais recursos e reforço das equipes de fiscalização, mas diz que, em casos como o trabalho para evitar a gripe aviária, o país foi um "exemplo" para o mundo.

Outra preocupação de Turra é quanto à importação de milho transgênico, principalmente de EUA e Argentina, que pode ser usado na produção de ração. O mercado europeu tem restrições a alimentos com insumos geneticamente modificados e, para ele, as empresas devem colaborar para evitar a queda de preços no mercado doméstico e estimular os agricultores a plantar mais no país.

Depois de exportar US$ 4,976 bilhões em 2007, o Brasil deve embarcar US$ 6 bilhões em 2008, adianta o presidente da Abef. A estimativa está baseada no crescimento de cerca de 20% das vendas externas no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período de 2007 (os números definitivos serão divulgados amanhã) e não leva em consideração a possibilidade de abertura de mercados como Chile, China e Malásia.

"As negociações com a China estão indo bem e o país deve liberar as importações ainda este ano", avalia. Nos próximos dias uma missão chilena chega ao Brasil para verificar as condições de produção locais e um grupo organizado pela Abef visitará a Malásia para negociar a abertura daquele mercado. De acordo com Turra, das 3,287 milhões de toneladas exportadas pelo Brasil em 2007, 30% foram para o Oriente Médio, 25% para a Ásia e 17% para a União Européia. O restante foi dividido entre África (8%), Rússia (6%), América do Sul (5%) e outras regiões.