Redação (23/04/2008)- Desde 2003, as previsões de ganhos não eram tão favoráveis aos agricultores brasileiros. Com a estimativa de aumento da produção e dos preços de alguns alimentos, a renda dos produtores deve chegar ao maior valor da história: R$ 146 bilhões. E o principal responsável por isso é o feijão. O valor estimado da produção é 91% maior do que no ano passado, saindo de R$ 4,5 bilhões para R$ 8,7 bilhões.
Segundo os especialistas, o aumento no valor da produção é reflexo de um fenômeno mundial. Enquanto o consumo de alimentos cresce, os estoques de grãos estão cada vez mais baixos. O resultado disso é que quem planta o que falta, tem um produto mais valorizado.
Na lista dos candidatos a campeão de rentabilidade aparece também a semente de mamona, o café, o amendoim em casca, o milho e a soja. Já outras culturas devem representar queda nos rendimentos, como é o caso da uva. O valor da produção da fruta, que chegou a R$ 2 bilhões no ano passado, pode cair pela metade este ano.
A cana de açúcar também deve representar queda na renda dos produtores, apesar do aumento da produção o preço da tonelada de cana deve cair R$ 10 em relação a 2007. Mesmo assim, a conta do ministério da Agricultura aponta para um resultado positivo no meio rural com um aumento de 16% na renda agrícola.
De acordo com o Coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques, esse crescimento na renda favorece o incremento nas lavouras.
– Isso propicia aos agricultores uma folga pra investimentos, para aquisição de novos bens que, normalmente, eles não conseguem adquirir – destaca.
E isso vale, principalmente, para os agricultores do centro-oeste, onde a renda deve crescer 36,5%.
– Sem dúvida essa renda mais favorável vai dar um grande alívio para os agricultores no sentido de saldar boa parte das suas dívidas – finaliza.