Redação (29/04/2008) –O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Carlo Lovatelli, afirmou ontem (28/04) ””””não ser impossível”””” que o Brasil possa atingir e superar a produção de 70 milhões de toneladas de soja na safra 2008/2009, que começará a ser plantada a partir de setembro deste ano. ””””Se não houver nenhum percalço e se São Pedro não tirar férias, como ocorreu em alguns anos no passado, o cenário é positivo e não é impossível essa produção com o cenário remunerador””””, disse.
Segundo estimativas da Abiove, a atual safra 2007/2008 deverá atingir 61,3 milhões de t e, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção será de 59,99 milhões de toneladas.
Para Lovatelli, o cenário de alta na produção e de preço remunerador com uma estabilidade até 2009 devem fazer com que o sojicultor brasileiro possa se recompor das perdas dos últimos anos. ””””Exceto na região norte de Mato Grosso, onde o agricultor ainda deverá ter problemas com a descapitalização passada””””, avaliou o presidente da Abiove, também presidente da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag).
O executivo avaliou, ainda, que o Brasil deve ultrapassar até o próximo ano os Estados Unidos na exportação de soja e, em quatro ou cinco anos, ser líder mundial no comércio do complexo soja. Para Lovatelli, os americanos devem recuperar a área perdida na próxima safra, com ””””a puxada de mão”””” nos projetos de refinaria de etanol de milho. ””””A questão da demanda por alimentos e o uso de milho para o etanol tem prejudicado, principalmente, os Estados Unidos e a área plantada com soja deve crescer de novo com o adiamento nos investimentos e a estagnação do modelo de refinarias””””, disse.
O presidente da Abiove comentou o resultado do estudo feito pela entidade que apontou um desmatamento de 48 mil hectares em áreas de florestas em Mato Grosso, Pará e Rondônia, desde meados de 2006, quando a indústria processadora decretou uma moratória para a compra do grão dessas regiões. ””””Comprovamos que as áreas desmatadas desde então não têm soja plantada””””, disse. ””””Mas isso não quer dizer que ela não seja usada para o cultivo na próxima safra, o que mostra a importância da necessidade de uma definição urgente do governo para o zoneamento agroecológico da região””””, concluiu.