Redação (02/05/2008)- A alta do preço do milho, que atingiu 6,2050 dólares o bushel nesta semana, mobiliza os criadores de aves e suínos na busca por medidas para garantir o abastecimento do grão. Na próxima semana, a Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), o Sindicato da Indústria de Produtos Suínos (Sips) e a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) reúnem-se para alinhavar um pacote de reivindicações que será levado a Brasília.
O objetivo é pleitear apoio de deputados e senadores para adoção de medidas que ajudem a regular o mercado interno de milho, o que afetará diretamente os custos dos cortes de aves e suínos. O presidente da Acsurs, Valdecir Folador, acredita que taxar as exportações do grão ou oferecer estoques do governo federal no mercado interno podem ser soluções.
Conforme ele, a crise internacional dos alimentos já prejudica a produção de algumas carnes. O farelo de trigo, o milho e os insumos sofreram reajustes altíssimos e o do suíno está caindo, relatou. Para Folador, o valor deveria levar em conta a planilha de custos para que o criador pudesse manter a atividade. E reitera que pagar R$ 26,00 pela saca inviabilizará a produção de suínos e aves.
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O custo no RS chega a R$ 26,50, indica a Emater.
O diretor do Sips, Rogério Kerber, acredita que, antes de propor ações, é preciso identificar o alcance das oscilações de cotações. Segundo ele, a dificuldade de recompor os preços resultará em reajustes, embora ainda não seja possível precisar quando isso deve ocorrer.
O secretário-executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos, informa que os preços do frango estão baixos e os produtores já vinham tentando se readequar. Agora, tudo ficou mais difícil com a disparada do milho, disse. Entre os pleitos da Asgav ao governo, estão mecanismos como a suspensão das exportações de milho e a liberação da importação do grão geneticamente modificado. Temos que olhar com realismo para quem precisa do milho, advertiu. E manifestou a necessidade de que o Mapa e a Conab se sensibilizem. Temos certeza que nem o governo, nem os produtores de milho querem inviabilizar o setor avícola, declarou.
Segundo o presidente da comissão de Grãos da Farsul, Jorge Rodrigues, os preços do milho refletem a normalidade. Temos é que analisar o valor dos produtos, para que estejam dentro da realidade do mercado.
