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Redução da tarifa de importação da carne suína deve trazer pouca vantagem para brasileiros

Ainda que as reduções temporárias de algumas tarifas de importação da China envolvam dois produtos importantes na pauta de exportações do Brasil,carne suína e farelo de soja, dificilmente o país conseguirá aproveitar a nova "janela".

Redação (03/06/2008)- No caso da carne suína, afirmam especialistas, os maiores beneficiados com a redução de tarifas de importação de carne suína devem ser os Estados Unidos e a Europa, que têm ampliado as vendas para a China principalmente depois de uma redução no rebanho de suínos do país devido a problemas sanitários.

O Brasil ainda não tem acordo sanitário com a China para exportação de carne suína, e por isso não exporta diretamente para aquele mercado. Atualmente, a carne suína produzida no Brasil que chega à China entra no país via Hong Kong. E ninguém reclama.

Mas o governo brasileiro confia que o mercado chinês deve ser aberto logo. "Agora estamos realmente perto de poder exportar para a China", afirmou o secretário nacional de defesa agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz, depois de reunião bilateral com autoridades chinesas, ontem, em Paris, à margem da reunião anual da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Pequim pediu para o Brasil formalizar convite e roteiro para uma missão técnica ir ao país avaliar habilitação de frigoríficos para exportar carnes bovina e suína.

Em março, o Brasil já havia mostrado interesse em receber uma missão chinesa para visitar as plantas de suínos. A expectativa era de que viesse neste semestre, mas o recente terremoto na China deve atrasar a visita, segundo uma fonte do setor. A catástrofe fez o país suspender todas as missões.

No caso do farelo, analistas brasileiros também não se entusiasmaram com a medida chinesa. Consideram a redução da tarifa pequena e acreditam que os EUA, maior exportador de farelo do mundo, podem se beneficiar mais. A Argentina, segunda maior na lista, é outra que poderia aproveitar a decisão, mas encara restrições aos embarques. Os fatores "Argentina e China" impulsionaram os preços do farelo de soja ontem na bolsa de Chicago. A alta foi de 2,4%, e nos últimos doze meses a valorização acumulada chega a 56,75%.