Redação (04/06/2008)- O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, afirmou hoje que há um "claro sentido de resolução" dos países para investir na produção agrícola. Ele e outros líderes de organizações internacionais reunidos na Conferência de Alto Nível do Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) afirmaram que está crescendo o consenso para lidar com a crise dos alimentos, que vem gerando agitações sociais em cerca de 30 países em desenvolvimento e prejudicando os gastos dos consumidores nos países ricos.
Ban Ki-moon considera que entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões anuais são necessários para impulsionar a produção global de alimentos para combater a fome e reduzir os preços dos alimentos.
O diretor da FAO, Jacques Diouf, anunciou que o Banco Islâmico de Desenvolvimento prometeu investir US$ 1,5 bilhão em programas de alimentação e desenvolvimento sustentável principalmente em países em desenvolvimento nos próximos cinco anos. Conforme Diouf, resolver a crise mundial de alimentos pode custar US$ 30 bilhões ao ano e as nações mais ricas estão fazendo muito pouco contra isso.
Ban afirmou que recebeu uma petição de mais de 300 mil pessoas no mundo "pedindo aos líderes uma ação rápida e uma reforma fundamental para encerrar a crise dos alimentos". "Devemos fazer o sistema internacional de comércio funcionar de maneira mais efetiva para tornar uma quantidade maior de alimentos disponível, e a preços razoáveis", disse ele, acrescentando que é necessário impulsionar as safras no ano que vem através do fornecimento urgente de sementes e fertilizantes.
Segundo Josette Sheeran, diretora do Programa Mundial de Alimentos da ONU, fundos extras de US$ 1,2 bilhão podem fornecer comida para 75 milhões de pessoas que começam a passar fome em 60 dos países mais vulneráveis. "Com a disparada dos preços dos alimentos e dos combustíveis, a fome está se espalhando e devemos agir agora", disse ala, ressaltando que muitas pessoas em países pobres não têm condições de comprar a comida disponível nos mercados.
Embora o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, tenha dito que um "consenso considerável" está sendo alcançado na conferência no que diz respeito ao que está causando a crise dos alimentos e ao que precisa ser feito, líderes mundiais continuam divididos quanto ao papel dos biocombustíveis no aumento dos preços. As informações são da Dow Jones.