Redação (05/06/2008)- Os pontos fortes, os desafios e as oportunidades da saúde e da produção animal na América do Sul serão abordados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na 15ª Reunião Interamericana em Nível Ministerial sobre Saúde e Agricultura (RIMSA 15). Durante o Fórum Agro-Saúde, estarão em pauta as propostas para melhorar a disponibilidade, a qualidade, o acesso das populações aos alimentos de origem animal e a inserção desses produtos no mercado internacional.
O secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Inácio Kroetz, falará sobre a importância da produção agropecuária sul-americana aos ministros e porta-vozes de Agricultura e Saúde de 35 nações. De acordo com o Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), os 12 países da região detêm 25% do rebanho bovino mundial, com 344 milhões de cabeças. Em termos comerciais, é o maior do mundo. Além disso, a pecuária desempenha papel de destaque na economia daquele setor, constituindo uma das principais fontes de divisas para países como Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
No Brasil, o Mapa estima em 201 milhões de cabeças o número de bovinos e bubalinos. Em 2007, o País exportou US$ 11,3 bilhões em carnes de bovinos, aves e suínos. Os demais produtos de origem animal representaram US$ 412,6 milhões em vendas para o exterior.
Desafios – No âmbito da saúde animal, a América do Sul está livre de uma série de doenças que prevalecem nos outros continentes, como a encefalopatia espongiforme bovina (mal da vaca louca), a peste suína africana e a gripe aviária. No entanto, melhorar a situação sanitária em relação à febre aftosa é um dos grandes desafios da região. Anualmente, são investidos US$ 700 milhões no programa sul-americano de erradicação da doença e os esforços para melhorar os sistemas de atendimento veterinário são crescentes.
Aftosa no Brasil – O Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA) está implantado em todas as Unidades da Federação e, com o esforço dos produtores e dos governos federal e estaduais, o Brasil tem avançado no combate à doença. São aplicadas, por ano, cerca de 350 milhões de doses da vacina contra a febre aftosa, nos estados brasileiros, com exceção de Santa Catarina, reconhecido como livre de aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A campanha de vacinação é realizada em duas etapas anuais com intervalo de seis meses.
Hoje, a febre aftosa está erradicada em aproximadamente cinco milhões de quilômetros quadrados do território nacional, que corresponde a 16 estados e o Distrito Federal. Em maio deste ano, a OIE reconheceu como livres de aftosa com vacinação a Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe, Tocantins, além do Distrito Federal. Estes estados se somam ao Acre, ao Rio Grande do Sul e à Rondônia, que já possuíam este status sanitário.
RIMSA 15 – O encontro será no Rio de Janeiro, nos dias 11 e 12 de junho, com o tema central “Agricultura e Saúde: Aliança pela Eqüidade e Desenvolvimento Rural nas Américas”. É um fórum regional periódico, com respaldo político, organizado pelo Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), junto com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), com apoio do Governo Federal.
Também entram nos debates, a segurança alimentar, as mudanças climáticas, a inocuidade de alimentos, a nutrição, o eco e agroturismo, as zoonoses e a inclusão social no ambiente rural.
SERVIÇO:
15ª Reunião Interamericana em Nível Ministerial sobre Saúde e Agricultura (RIMSA 15)
Data:11 e 12 de junho
Local:Hotel Intercontinental, Rio de Janeiro