Redação (09/06/2008) – Durante a abertura da 11ª Reunião do Comitê Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (COHEFA), nesta segunda-feira (9), o diretor do Departamento de Saúde Animal (DSA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Jamil Gomes, afirmou que a febre aftosa é, hoje, a principal barreira para que alguns países americanos alcancem o nível sanitário ideal, o que requer um trabalho permanente. “A recorrência de focos isolados, em algumas áreas da América do Sul e endêmicos em outras, sinalizam que os países devem trabalhar fortemente”, ressaltou.
Para o diretor, escolhido presidente da reunião, as ações devem ser transparentes, assim como aconteceu em 2005 e 2006 no Brasil, quando o País sofreu os últimos focos de aftosa. “Esses episódios demonstraram a força do impacto político e econômico, com as restrições de mercados importadores. Muitos trabalhos foram realizados para que Brasil atingisse o status de zona livre de aftosa com vacinação”, completou.
Jamil Gomes alertou, ainda, que o sucesso da Zona de Alta Vigilância implantada no Brasil, na Argentina, no Paraguai e na Bolívia, implantada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), depende da observação às características de cada local. “Essa área tem uma grande importância para a região, mas poderá fracassar se não forem respeitadas as particularidades regionais e critérios técnicos e científicos. Se o objetivo é erradicar a febre aftosa, os países devem aprofundar as investigações”, enfatizou.
Na opinião do gerente de Vigilância em Saúde e Prevenção e Controle de Doenças da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, que também abriu os trabalhos do COHEFA, a erradicação da doença pode ser uma das soluções para a crise alimentar mundial. “Acabar com a febre aftosa para os países das sub-regiões do continente americano é um componente importante para que a população dessa área tenha mais acesso à alimentação”, acentuou.
COHEFA 11 – O encontro, que se realiza hoje, no Rio de Janeiro, reúne representantes dos setores agropecuários público e privado das sub-regiões Cone Sul, Caribe, Andina e Amazônica. Serão revistas as novas diretrizes estratégicas para o PHEFA (Plano Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa). Isso em função dos progressos observados na erradicação da mesma, assim como em conseqüência de episódios recentemente observados e que exigem a reorientação das ações de prevenção e emergência sanitária.