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Erradicar a febre aftosa na América do Sul é um ato de inteligência e de visão de futuro

Afirmação foi feita durante a 15 Reunião Interamericana em Nível Ministerial sobre Agricultura e Saúde, a RIMSA 15.

Redação (11/06/2008) – O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Inácio Kroetz, disse hoje, no Rio de Janeiro, que melhorar a situação sanitária na América do Sul em relação à febre aftosa “não é só uma necessidade econômica, mas um ato de inteligência e de visão do futuro”. Kroetz preside a 15ª Reunião Interamericana em Nível Ministerial sobre Agricultura e Saúde, a RIMSA 15. Ele lembrou que houve avanços importantes na região nos últimos anos, mas ainda existem zonas de infecção residual na Bolívia, Equador e Venezuela e focos isolados em regiões de fronteiras do Cone Sul.

 “São tão evidentes os benefícios econômicos resultantes da eventual erradicação da doença, que, às vezes, é difícil compreender que se façam os necessários esforços técnicos e ações de campo”, completou o secretário.

Inácio Kroetz mencionou exemplos recentes de impactos econômicos significativos em decorrência de crises sanitárias em animais, como o surto de febre aftosa no Reino Unido em 2001, causando perdas estimadas em US$ 7 bilhões e, no Uruguai, no mesmo ano, com prejuízos aproximados de US$ 700 milhões.

Kroetz ressaltou o papel de destaque exercido pela América do Sul na produção e comercialização dos produtos de origem animal. A região detém 25% do rebanho bovino mundial com 344 milhões de cabeças e responde por 26,3% das exportações globais de carne bovina.

O secretário enfatizou ainda as dificuldades de acesso a mercados com restrições sanitárias, apesar da situação ser favorável em termos de sanidade animal. Estas dificuldades se somam aos entraves comerciais, como cotas e sobretaxas e os subsídios agrícolas. “Com freqüência cada vez maior, surgem restrições sanitárias ou pseudo-sanitárias por parte dos países importadores, muitas das quais baseadas em fundamentos técnico-científicos discutíveis”, afirmou.

            Amanhã, último dia da RIMSA 15, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, vai representar o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na Reunião dos Ministros dos Países das Américas do Sul, Central e do Norte. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, também participa do debate sobre “Agricultura e Saúde: Aliança pela Equidade e o Desenvolvimento das Américas”.