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EUA, Brasil e UE aceleram especificação única para etanol

Os países estão acelerando medidas para criar padrões mundiais para o etanol e para tornar o combustível alternativo uma commodity negociada internacionalmente.

Redação (23/06/2008)- "Isso ampliará seu uso", diz Gregory Manuel, do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Os métodos de estandardização – análise das propriedades do etanol, como teor de água e de energia, – devem ser finalizados até dezembro, quatro anos antes do programado, disse Manuel. Em seguida o grupo começará a fixar os padrões referentes a esses teores.

"Estados Unidos, Brasil e UE concordaram em agilizar o processo", disse Manuel, assessor especial da secretária de Estado, Condoleezza Rice, em entrevista concedida na quinta-feira, em São Paulo. "O que alcançamos até agora poderia ter levado vários anos, e fizemos em vários meses". Os padrões vão permitir que compradores e vendedores do mundo inteiro negociem etanol nos moldes das transações de gasolina, petróleo, cobre, açúcar e outras commodities, impulsionando o emprego do combustível, disse Manuel. Atualmente, um comprador da Suécia tem de mandar engenheiros para as usinas do Brasil para testar o combustível, antes de comprá-lo para revendê-lo aos motoristas dos Saabs e Volvos flex do país escandinavo, disse ele.

"Poderemos vislumbrar um mundo em que começaremos realmente a substituir a gasolina por etanol", disse Manuel.

Os padrões a serem fixados também vão contribuir para os esforços realizados pelos Estados Unidos de aumentar a porcentagem de etanol empregada nos motores movidos a gasolina comum, disse Douglas Faulkner, vice-subsecretário de desenvolvimento rural do Departamento de Agricultura (USDA). O Departamento de Proteção Ambiental (EPA, pelas iniciais em inglês) está estudando os efeitos de aumentar o atual limite de 10% para a mistura do etanol na gasolina vendida nos Estados Unidos.

O esforço para fixar padrões mundiais para o etanol envolve cerca de 600 laboratórios nos Estados Unidos, Brasil e Europa, bem como funcionários dos respectivos governos, fabricantes de etanol e fabricantes de motores veiculares. Segundo Manoel, depois de aprovar os padrões, cada governo terá de codificá-los nas regulamentações.

Existem 147 destilarias de etanol nos Estados Unidos, o maior produtor, consumidor e importador do combustível, segundo a Associação de Combustíveis Renováveis de Washington. As usinas, que empregam principalmente o milho, têm capacidade para produzir mais de 8,5 bilhões de galões (32,2 bilhões de litros) do combustível ao ano. Outras 55 unidades de produção estão sendo construídas e seis vêm sendo ampliadas, para incorporar 5 bilhões de galões de capacidade.

As remessas de etanol do Brasil, o maior exportador mundial, deverão crescer para até 4,5 bilhões de litros este ano, comparativamente aos 3,2 bilhões de 2007, impulsionadas pela demanda de parte dos Estados Unidos e Europa, disse Marcos Jank, presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), no mês passado. O Brasil é o segundo maior produtor e consumidor mundial do combustível.
A UE importou um volume recorde de 1 bilhão de litros de etanol em 2007, quase todo do Brasil, disse a Associação Européia de bioetanol a 7 de abril.

O presidente dos EUA, George W. Bush, fixou a meta de aumentar a utilização de combustíveis renováveis nos EUA para 36 bilhões de galões até 2022, a partir dos 9 bilhões de galões definidos para este ano.

Álcool mercado interno

A forte demanda no mercado externo pelo álcool brasileiro, causou internamente uma elevação dos preços, mesmo em plena safra. O álcool hidratado subiu 5,99% na semana, fechando em R$ R$ 0,6773 o litro na usina, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). O preço do anidro subiu 0,43%.