Análise de Mercado do dia 20 de agosto
Suíno Vivo
A receita das exportações mineiras de carne suína, no período de janeiro a julho, aumentou quase 67%. O valor alcançado com a comercialização do produto no exterior foi de US$ 61,4 milhões, na comparação com a cifra de US$ 36,8 milhões do mesmo período de 2008, informa o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
De acordo com a Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura de Minas, que analisou os dados, foi expressivo também o aumento do volume embarcado, superior a 62% em relação à quantidade registrada no acumulado de janeiro a julho do ano passado. Foram 27,7 mil toneladas, contra 17,1 mil toneladas no mesmo período de 2008.
Para o superintendente João Ricardo Albanez, os resultados positivos da comercialização da carne suína no exterior devem ser atribuídos principalmente à retomada dos negócios com a Rússia. O período de restrição, de u m ano e meio, terminou no primeiro semestre de 2008. Albanez observa que, após a reabertura do mercado russo para o Brasil, o embargo foi mantido para os Estados Unidos e o espaço que os norte-americanos perderam temporariamente foi ocupado, em parte, inclusive pelo produto das granjas mineiras, sendo a Rússia o maior comprador.
Aquele país adquiriu, de janeiro a julho deste ano, cerca de 20,4 mil toneladas, ou quase 74% do volume total exportado por Minas, gerando 90% da receita obtida pelo Estado com a comercialização da carne suína no mercado internacional. “Esses números foram alcançados num período ainda marcado pelos reflexos da crise econômica mundial”, diz o superintendente. “Além disso, um pequeno aumento do preço médio da carne suína no exterior contribuiu para os bons resultados das exportações. No período analisado, a cotação média teve uma variação positiva de 3,3%, alcançando US$ 2,2 mil por tonelada.”
O superintendente ainda ressalta os números alc ançados em julho deste ano pelas exportações mineiras do segmento, confrontados com o mesmo mês de 2008. “A receita teve uma elevação da ordem de 126%. Foi registrada uma cifra da ordem de US$ 12,7 milhões na comparação com os US$ 5,7 milhões alcançados em julho do ano passado”, diz Albanez. Nesse caso, ele explica, deve-se considerar que no período anterior ainda não havia os obstáculos da crise econômica, que seria deflagrada a partir de setembro nos Estados Unidos. “Além disso, não havia surgido em julho de 2008 a nova gripe (Influenza A H1N1), que deixou inicialmente os produtores com a preocupação de ocorrência de reflexos negativos no consumo de carne no mercado externo, embora não exista a relação entre a ingestão do produto e o registro da doença”, explica Albanez.
Apesar dos números registrados alcançados pela carne suína de Minas Gerais no mercado externo, os produtores consideram que a situação no mercado interno atualmente passa por dificuldades. Segundo o presidente da Associação dos Suinocultores de Minas Gerais (Asemg), João Bosco Martins, os problemas que o setor enfrenta não estão vinculados à ocorrência da Influenza A H1N1. Ele esclarece que as vendas de carne suína aumentaram no mercado interno desde outubro de 2008, mas a produção aumentou mais que a demanda e a situação de oferta excessiva prevalece.
Martins informa que, nos últimos sete meses, os pequenos produtores de suínos tiveram que fazer um grande esforço para obter receita um pouco superior ao custo de produção, da ordem de R$ 2,60 o quilo, e uma parte alcançou apenas o equilíbrio das contas por causa do alto custo da ração. Ele diz que uma saída para os produtores é trabalhar para melhorar o índice de produtividade nas granjas.
Sobre as exportações, Martins observa que o quilo de carne no mercado interno fica em torno de R$ 2,50, enquanto no mercado internacional passa de R$ 4,00. Esse cenário, segundo o dirigente, mostra que é economicamente viável investir no mercado externo em 2009. De acordo com suas estimativas, o Brasil vai comercializar 620 mil toneladas de carne suína. Segundo ele, as exportações mineiras do produto devem manter o crescimento até dezembro.
A indústria que mais exporta carne suína de Minas Gerais é a Sadia, de Uberlândia (Triângulo), vindo em seguida a Saudali, de Ponte Nova (Zona da Mata), e a Pif Paf, de Patrocínio.
Suíno vivo
GO R$2,60
MG R$2,60
SP R$2,35
RS R$2,02
SC R$1,90
PR R$1,90
MS R$1,90
MT R$1,90
Frango Vivo
Com o mercado extremamente ofertado, ontem o frango vivo sofreu nova baixa de cinco centavos, tanto em São Paulo como em Minas Gerais, e foi comercializado por R$1,50/kg. Em São Paulo, foi a segunda baixa da semana. Em Minas, a quinta em oito dias.
Agora, em São Paulo, o frango vivo está sendo comercializado pelo mesmo valor registrado nos primeiros dias de maio, por ora o menor deste ano. Mas o que mais chama a atenção na cotação atual (gráfico abaixo) é a significativa diferença observada em relação aos preços alcançados em agosto de 2008 – 45 centavos ou 23% a menos.
Note-se também no gráfico abaixo que, desde o início de maio até meados de julho, o preço pago pelo frango vivo no interior paulista vinha apresentando (até com certa vantagem), o mesmo comportamento de mercado de 2008. Mas já na virada da segunda quinzena de julho essa situação começou a sofrer reversão.
Não por acaso, o pri ncípio dessa preocupante queda de preços coincide com a época de entrada, no mercado, dos primeiros frangos provenientes dos 482 milhões de pintos de corte produzidos em junho – em valores reais, recorde histórico do setor, já que em termos de produção diária superam a marca (nominal) de 496,2 milhões registrada em outubro de 2008.
E uma vez que as quedas mais recentes se intensificaram a partir da virada da segunda quinzena de agosto, é bem provável (senão praticamente certo) que a produção de pintos de corte de julho passado foi ainda maior que a do mês anterior.
Frango vivo
SP R$1,50
CE R$2,30
MG R$1,50
GO R$1,60
MS R$1,50
PR R$1,65
SC R$1,70
RS R$1,65
Ovos
Os preços seguem em patamares baixos, deixando o produtor mais apreensivo ainda sabendo da possibilidade de novas quedas nos próximos dias.
A dificuldade em trabalhar com os atuais preços vem obrigando o produtor a tomar atitudes rápidas e mais drásticas.
Ovos brancos
SP R$45,90
RJ R$49,00
MG R$49,00
MG R$51,00
RJ R$51,00
SP R$47,90
Boi Gordo
A arroba do Boi Gordo no Estado de São Paulo, segundo informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) encerrou a quarta-feira cotada a R$ 78,13, com a variação em relação ao dia anterior de -0,64%. A variação registrada no mês de Agosto é de -2,76%. (Valor por arroba, descontado o Prazo de Pagamento pela taxa CDI/CETIP).
O valor da arroba em dólar fechou ontem cotado a US$ 42,35, com a variação em relação ao dia anterior de -0,63% e com a variação de -1,72% no acumulado do mês na moeda norte-americana.
Média ponderada de arroba do boi gordo no Estado de São Paulo – base de ponderação é a mesma usada para o Indicador Esalq/BM&F.
Valores a prazo são convertidos para à vista pela taxa NPR.
A referência para contratos futuros da BM&F é o Indicador Esalq/BM&F.
Boi gordo
Triangulo MG R$72,00
Goiânia GO R$68,50
Dourados MS R$74,00
C. Grande MS R$74,00
Três Lagoas MS R$75,00
Cuiabá MT R$69,00
Marabá PA R$67,00
Belo Horiz. MG R$74,00
Soja
A saca de 60 kg de soja no estado do Paraná, segundo informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) encerrou a quarta-feira cotada a R$ 46,46. O mercado apresentou uma variação de 0,37% em relação ao dia anterior. O mês de Agosto apresenta uma variação de -4,78%.
O valor da saca em dólar fechou ontem cotado a US$ 25,18, com a variação em relação ao dia anterior de 0,36%, e com a variação de -3,75% no acumulado do mês.
Soja
Físico – saca 60Kg – livre ao produtor
R. Grande do Sul (média estadual) R$46,00
Goiás – GO (média estadual) R$44,50
Mato Grosso (média estadual) R$43,00
Paraná (média estadual) R$46,46
São Paulo (média estadual) R$47,50
Santa Catarina (média estadual) R$48,00
M. Grosso do Sul (média estadual) R$45,50
Minas Gerais (média estadual) R$45,50
Milho
A saca de 60 kg de milho no estado de São Paulo, segundo informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) encerrou a quarta-feira cotada a R$ 19,29. O mercado apresentou uma variação de 0,07% em relação ao dia anterior e de -2,69% no acumulado do mês de Agosto.
O valor da saca em dólar fechou ontem em US$ 10,45, com uma variação de 0,07% em relação ao dia anterior, e com a variação de -1,63% no acumulado do mês.
O Indicador Esalq/BM&F à vista, que tem como base Campinas-SP, distingue-se da média regional de Campinas porque utiliza o CDI como taxa de desconto dos valores a prazo. No mercado físico (média regional Campinas), porém, a taxa mais usual é a NPR. Já os valores a prazo são iguais.
Milho
Físico – saca 60Kg – livre ao produtor
Goiás (média estadual) R$15,00
Minas Gerais (média estadual) R$16,50
Mato Grosso (média estadual) R$11,50
M. Grosso Sul (média estadual) R$16,00
Paraná (média estadual) R$18,00
São Paulo (média estadual) R$19,29
Rio G. do Sul (média estadual) R$21,00
Santa Catarina (média estadual) R$21,00