Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

FALA AGRO

Agro brasileiro tem US$ 726 bi a disputar no mercado externo

Pauta de exportações é hoje concentrada em cerca de 10 produtos; país tem grande potencial em frutas frescas, escreve Bruno Blecher

forklift handling container box loading to truck in import export logistic zone
forklift handling container box loading to truck in import export logistic zone

Diversificar o cardápio de exportações para vender produtos de maior valor agregado é um dos desafios do agronegócio brasileiro nos próximos anos, mostra estudo divulgado pelo Insper-Global.

“O Futuro do Comércio Global do Agronegócio e a Inserção do Brasil” mostra que o país tem grande relevância na produção e no mercado internacional de commodities alimentares.

Diversificar o cardápio de exportações para vender produtos de maior valor agregado é um dos desafios do agronegócio brasileiro nos próximos anos, mostra estudo divulgado pelo Insper-Global.
“O Futuro do Comércio Global do Agronegócio e a Inserção do Brasil” mostra que o país tem grande relevância na produção e no mercado internacional de commodities alimentares.
Atualmente, tem 10,3% da produção (commodities alimentares) e 8,4% das exportações totais do agronegócio mundial (todos os produtos).

O valor das exportações do agronegócio brasileiro somou US$ 159 bilhões em 2022, com alta de 32% em relação a 2021 e de 60%, em relação a 2020.
Mas embora seja um grande player do agro global, a liderança brasileira está concentrada hoje em um grupo pequeno de produtos –complexo soja, carnes (bovina, suína e aves), celulose, açúcar, algodão, café, fumo e suco de laranja. E mais recentemente, em milho.
Há uma grande fatia do mercado global do agronegócio, avaliada pelo Insper em US$ 726 bilhões (2022), na qual o Brasil participa com só US$ 5 bilhões (menos de 2%). Dentre estes produtos, o Insper destaca frutas, legumes, alimentos processados, outras oleaginosas, lácteos, pescados e produtos para pets.
Perceba o exemplo das frutas frescas. Terceiro maior produtor mundial de frutas, atrás só de China e Índia, o Brasil ocupa uma modesta 24ª posição entre os exportadores.
Ainda assim, os produtores de frutas estão animados com a perspectiva de bater o recorde de exportações em 2023, com uma receita de pouco mais de US$ 1 bilhão, concentrada principalmente nas vendas de melão, manga, uva, melancia, banana e maçã.
O valor, se alcançado, representa menos de 1% do total exportado pelo país em 2022. É pouco em relação ao potencial do país na fruticultura.
Clima e solo favoráveis permitem ao Brasil produzir uma grande diversidade de frutas praticamente o ano inteiro em todos os biomas. Além das frutas mais tradicionais, como manga, melão, melancia e uva, temos jabuticaba, açaí, guaraná, cupuaçu, buriti, bocaiuva, baru e vários outros sabores ainda pouco conhecidos no mercado internacional.
O Brasil tem condições para ampliar sua participação no comércio global, valendo-se dos polos de ponta da fruticultura:
  • na região de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), no Vale do São Francisco, onde a irrigação e o investimento em tecnologia permitem a produção de uvas e mangas muito valorizadas no mercado internacional;
  • Mossoró (RN), também polo de fruticultura irrigada, produz quase metade do melão do Brasil, além de melancia;
  • o Vale do Ribeira, no sul do Estado de São Paulo, é especializado em banana;
  • a região do Jaíba, norte de Minas, produz banana, lima ácida tahiti, manga e mamão;
  • no Triângulo Mineiro, a produção de abacate registra grande crescimento;
  • os Estados do sul do país são uma região tradicional de fruticultura temperada (maçã, uva, pêssego e ameixa).
  • Manga, melão, uva, limão, melancia, banana, maçã e mamão são as frutas mais vendidas pelo país no mercado externo. Os principais clientes são União Europeia, Reino Unido, Estados Unidos, Argentina e Canadá.