Neste sábado (2), foi divulgado pelo Reino Unido que serão destinadas mais 35 milhões de libras (equivalente a aproximadamente R$ 215 milhões) ao Fundo Amazônia.
O país formalizou o contrato com o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), viabilizando a transferência de 80 milhões de libras (cerca de R$ 500 milhões) para o Fundo Amazônia. Esses recursos já haviam sido prometidos pelo primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em maio.
A ministra britânica para segurança energética, Claire Coutinho, anunciou a medida durante uma reunião com a ministra brasileira do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, no contexto da COP 28. Essa conferência, que é a mais relevante da ONU sobre mudanças climáticas, ocorre até o dia 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes.
O Fundo Amazônia, criado em 2008, financia ações voltadas para a redução de emissões de gases do efeito estufa provenientes da degradação florestal e do desmatamento. Ele representa uma iniciativa pioneira que reúne doações internacionais para apoiar comunidades tradicionais, organizações locais e também fornece recursos diretos para estados e municípios, visando ações de combate ao desmatamento e queimadas.
Após ter sido interrompido em 2019 por decisões do governo Jair Bolsonaro, que resultaram na suspensão dos mais de R$ 3 bilhões doados pela Noruega e pela Alemanha, o Fundo Amazônia recebe agora um impulso com o anúncio do Reino Unido.
Claire Coutinho expressou entusiasmo: “Estou entusiasmada não apenas por podermos formalizar essa contribuição, mas também anunciarmos mais 35 milhões de libras para o fundo, para reconhecer e ajudar a apoiar a visão do Brasil para as florestas e as pessoas que a protegem”.
O governo britânico destaca que, somando os valores anunciados para o Fundo Amazônia, a contribuição financeira do Reino Unido para a agenda climática brasileira ultrapassa 385 milhões de libras (R$ 2,3 bilhões).
Esses recursos também são investidos no Brasil por meio do P4F (Parcerias para Florestas), um programa com um fundo avaliado em 10,4 milhões de libras. Esse programa apoia o desenvolvimento de negócios florestais que promovem a mitigação das mudanças climáticas, a proteção e o restauro de ecossistemas, bem como a promoção do bem-estar das comunidades que vivem em áreas florestais.
O governo britânico planeja realizar uma série de outros anúncios durante a COP 28 para fortalecer a implementação da Parceria Brasil-Reino Unido para o Crescimento Verde e Inclusivo, lançada oficialmente em maio deste ano, durante a visita do ministro das relações exteriores britânico ao Brasil. Essa parceria visa intensificar a cooperação entre os dois países em temas como transição climática, preservação de florestas e biodiversidade, desenvolvimento da agricultura sustentável e descarbonização da indústria. A expectativa é que nove projetos do programa sejam anunciados, totalizando um valor de 6 milhões de libras.