A avicultura é uma atividade dedicada à criação de aves com o propósito principal de produzir alimentos, destacando-se carne e ovos. Essa prática abrange diversas espécies, incluindo frangos, perus, patos, gansos, codornas e avestruzes. A avicultura se subdivide em duas áreas principais: Avicultura de Corte e Avicultura de Postura.
Avicultura de Corte
A avicultura de corte é um segmento da avicultura focado na criação intensiva de aves com o propósito específico de produzir carne. Por isso, nesse sistema, as aves são selecionadas e criadas para atingir rapidamente o peso ideal para o abate, geralmente em torno de 40 dias de vida. A eficiência é um fator-chave, resultado de avanços em genética, nutrição, ambiência e práticas de manejo.
Durante o processo, as aves são alojadas em instalações modernas. Exemplo disso são aviários automatizados, equipados com sistemas computadorizados para controlar aspectos como temperatura, umidade, alimentação e iluminação. Dessa forma, essa abordagem tecnológica visa otimizar o crescimento das aves e garantir uma produção eficiente. Além disso, a implementação desses recursos avançados contribui para o bem-estar animal, assegurando condições ambientais ideais. Essas práticas inovadoras não apenas elevam os padrões de criação, mas também promovem a sustentabilidade na avicultura de corte.
A avicultura de corte desempenha um papel crucial na indústria avícola, respondendo pela produção em larga escala de carne de frango, uma das fontes de proteína mais consumidas globalmente. Por isso, essa prática contribui significativamente para a economia, oferece alimentos acessíveis e atende à crescente demanda por proteína animal.
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Avicultura de postura
A avicultura de postura é um ramo da avicultura dedicado à criação de aves com o objetivo principal de produzir ovos para consumo humano. Nesse contexto, as aves criadas são conhecidas como aves poedeiras. A principal finalidade da avicultura de postura é obter ovos de qualidade para atender às demandas do mercado de alimentos.
Neste tipo de avicultura, são utilizadas raças de aves específicas que têm uma boa capacidade de postura, ou seja, são capazes de produzir um grande número de ovos ao longo de suas vidas produtivas.
A avicultura de postura envolve cuidados específicos em relação à alimentação, manejo sanitário, controle de iluminação e outros aspectos que influenciam diretamente na produção e qualidade dos ovos. As aves poedeiras são selecionadas e criadas visando não apenas a quantidade de ovos, mas também a qualidade, tamanho e resistência da casca.
Os ovos são uma fonte importante de proteínas, vitaminas e minerais na dieta alimentar. A produção eficiente e sustentável de ovos é um dos objetivos dessa prática, que busca atender à demanda crescente por produtos avícolas de qualidade no mercado alimentício.
História da avicultura no Brasil
Acredita-se que a ave tenha chegado ao Brasil em 1503, com Gonçalo Coelho, que atracou no Rio de Janeiro. Mas a produção comercial surgiu em Minas Gerais, por volta de 1860, quando o Estado começou a despachar galináceos e laticínios para outras regiões do País.
A criação do frango, no entanto, era campestre. As aves (crioulas ou galinhas caipiras) viviam soltas e demoravam seis meses para atingir o peso de abate, na faixa de 2,5 quilos ou mais.
O processo de modernização e de produção em escala da avicultura no País começou na década de 30, em razão da necessidade de abastecer os mercados que já eram gigantescos na época.
A partir dos anos 50, a avicultura brasileira ganhou impulso com os avanços da genética, com o desenvolvimento das vacinas, nutrição e equipamentos específicos para sua criação. As grandes agroindústrias avícolas brasileiras ganharam estrutura no início dos anos 60.
Pesquisa feita por Andrea Quevedo, baseada na obra A História do Agribusiness Brasileiro, de Rogério Furtado
Desenvolvimento da avicultura no Brasil
De acordo com informativo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o desenvolvimento da avicultura efetivou-se já na década de 70 com a entrada de empresas processadoras e especialistas no processo de produção de frangos. Transformações tecnológicas, técnicas de produção intensiva e o desenvolvimento de genética adaptada foram fatores-chave para o avanço dessa atividade. Destaque para o sistema de Integração Vertical em Santa Catarina em 1970, que trouxe mais verticalização e intensificação ao setor.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2022, foram produzidas mais de 14 milhões de toneladas de frangos, colocando o Brasil em segundo lugar na produção mundial e em primeiro lugar na exportação.
Sistema de produção na avicultura
O sistema de produção na avicultura é essencial para assegurar a qualidade da carne de frango que chega à mesa do consumidor. Boas Práticas de Produção, incluindo manejo, instalações, biossegurança e alimentação, garantem a segurança alimentar. O sistema abrange recomendações técnicas específicas considerando contratos, características das granjas, manejo, alimentação, assistência técnica e boas práticas de produção.
Importância da avicultura na economia brasileira
A avicultura brasileira ocupa atualmente a terceira posição na produção mundial de carne de frango e é o maior exportador global. Fatores como território disponível para produção de grãos, sistema de integração vertical e ausência de principais doenças avícolas contribuem para esse sucesso. O Paraná lidera a produção, respondendo por aproximadamente 33,5% da carne de frango nacional. Além disso, a avicultura desempenha um papel crucial na geração de empregos, com 5.993 vagas geradas em 2020. (Fonte: IBGE, CNA)
Produção de ovos no Brasil
De acordo com a Embrapa, o avanço do setor avícola de postura no Brasil segue a trajetória mundial, especialmente nos Estados Unidos e em alguns países europeus, caracterizando-se por produção altamente especializada e em larga escala. Uma revolução tecnológica global na genética, rações de alta densidade de nutrientes, prevenção e controle de doenças marcou esse desenvolvimento.
A pesquisa no Brasil alinhou-se à evolução tecnológica global, contribuindo para a adaptação de inovações, definição de produtos para rações, desenvolvimento de vacinas, recomendações de manejo, construção de modelos e automação na produção de ovos. No entanto, persistem desafios tecnológicos, destacando-se a preservação ambiental (gestão de dejetos), bem-estar animal, segurança alimentar e biossegurança nas criações.
A adoção em larga escala dessas tecnologias impulsionou o aumento da produção, redução de preços e maior consumo per capita, conforme indicam dados de produção de ovos no Brasil de 2000 a 2020.
A produção cresceu 138,54%, passando de 1.663 milhões para 3.967 milhões de dúzias. A produção per capita aumentou de 9,79 dúzias (117,48 unidades) em 2000 para 18,60 dúzias (223,20 ovos) em 2020.
Apesar de os principais estados produtores, como São Paulo, Paraná e Minas Gerais, responderem por 46,78% da produção nacional, não há uma concentração forte, e a produção em 2020 atendeu principalmente ao mercado doméstico, com exportações representando apenas 0,31% da produção, conforme dados da Associação Brasileira de Proteína Animal em 2021. Durante a pandemia, a produção de ovos desempenhou um papel crucial, atendendo às necessidades de proteína da população brasileira, especialmente dos mais vulneráveis.
A produção de ovos brasileira em 2022 alcançou 9.474 mil toneladas, representando uma redução de 16,5% em comparação ao ano anterior, totalizando 11.346 mil toneladas.
