Milhares de pessoas enfrentaram atrasos e cancelamentos nos serviços ferroviários da Alemanha na última quarta-feira devido a greve nacional que já dura três dias. Cenário vem ampliando os transtornos nas viagens da maior economia da Europa, onde agricultores continuam a bloquear estradas e rodovias.
Trens de carga e de passageiros foram afetados pela greve ferroviária, levando a principal operadora ferroviária, Deutsche Bahn (DB), a cancelar milhares de serviços, conforme comunicado divulgado na quarta-feira.
A DB informou que cerca de 80% dos serviços de longa distância serão cancelados, enquanto as linhas regionais terão impacto em diferentes graus. Durante a greve, que vai até sexta-feira, os serviços ferroviários funcionarão com um horário de emergência fortemente reduzido.
“A paralisação do sindicato dos maquinistas GDL teve um impacto massivo nos serviços ferroviários da Alemanha”, disse a porta-voz da DB, Anja Broeker, em um vídeo postado no site da DB na noite de terça-feira. “Lamentamos as restrições e esperamos que muitas pessoas que não puderam remarcar sua viagem cheguem ao seu destino.”
A DB afirmou que a greve afetaria os planos de viagem de milhões de passageiros e instou as pessoas a adiarem ou cancelarem todas as viagens não essenciais.
Essa é a terceira e maior greve dos maquinistas desde que as negociações começaram em novembro do ano passado. O sindicato GDL exige uma redução na jornada de trabalho de 38 para 35 horas por semana, além de um aumento salarial e um bônus único de compensação de inflação.
A DB ofereceu flexibilidade nas horas de trabalho, mas se recusou a reduzir as horas de trabalho sem um corte salarial.
As greves nacionais nos trens acontecem ao mesmo tempo em que agricultores alemães intensificam seus protestos em todo o país contra os cortes planejados nos subsídios aos combustíveis.
Desde o início da semana, os agricultores têm bloqueado estradas e rodovias em todo o país com seus tratores, causando perturbações significativas no tráfego.
O governo alemão espera que os cortes anunciados ajudem a economizar €920 milhões (US$ 1 bilhão), de acordo com a emissora pública alemã Deutschlandfunk.
Apesar dos protestos, o governo alemão não planeja alterar seus planos, conforme anunciado em uma coletiva de imprensa na segunda-feira.
A manifestação organizada em conjunto com a indústria de carga alemã está marcada para 15 de janeiro em Berlim, enquanto vários protestos estão planejados em todo o país.
Autoridades expressaram preocupação de que o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) esteja capitalizando os protestos dos agricultores para apoiar sua própria agenda.
A CNN viu imagens de tratores e caminhões, alguns com faixas e cartazes de protesto da AfD. Sinais da AfD pendurados em tratores que participam de um protesto contra os cortes nos subsídios de veículos dizem “nossos agricultores primeiro” e “a Alemanha precisa de novas eleições”.
Nas redes sociais, o líder da AfD no estado alemão oriental da Turíngia, Björn Höcke, lançou um apelo em sua página no Facebook: “Caros cidadãos, nos encontraremos nas estradas!”
Fonte: CNN.
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