Março marcará o fim do verão, que termina em 20 de março, e também o enfraquecimento contínuo do El Niño, previsto para atingir a neutralidade entre abril e junho, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA). Apesar de perder sua intensidade, o clima continuará sob a influência direta desse fenômeno, conforme afirmado por Nadiara Pereira, meteorologista do Agroclima. A tendência é de chuvas abaixo da média em muitas áreas do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul, sendo mais concentradas no Sudeste.
O mapa do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostra áreas em amarelo onde a precipitação será menor e em azul claro onde será um pouco acima do normal. Algumas regiões com previsão de chuvas acima da média incluem Amazonas, Acre, Pará, Amapá, Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
Impactos na agricultura incluem expectativa de chuvas abaixo da média em áreas produtoras do Matopiba e do Centro-Oeste, o que pode limitar o desenvolvimento de algumas safras e desacelerar o plantio do milho segunda safra. Nas regiões Sul e Sudeste, prevê-se chuvas acima da média, o que deve manter os níveis de umidade do solo elevados, favorecendo as safras e a colheita.
Entretanto, é importante notar que essas chuvas podem se manifestar como tempestades, especialmente na região Sul, devido ao aquecimento atmosférico provocado pelo El Niño. A Nottus Meteorologia avalia que não devem ocorrer grandes interrupções nas colheitas da safra de verão no Sudeste e Centro-Oeste, exceto no Espírito Santo e nordeste de Minas Gerais, onde são esperadas chuvas intensas.
Por outro lado, no Rio Grande do Sul e em partes do Paraná e Santa Catarina, existe a possibilidade de chuvas abaixo da média, o que pode causar restrições hídricas e afetar o desenvolvimento das culturas agrícolas. A meteorologista Desirée Brandt da Nottus afirma que em março “o período úmido começa a diminuir”.
Quanto às temperaturas, espera-se que fiquem acima da média em grande parte do Brasil, com áreas onde os termômetros podem ultrapassar os 25°C, e em algumas regiões como Roraima, Pernambuco, Bahia, Mato Grosso do Sul e São Paulo, a média pode chegar a 29°C.
As temperaturas próximas da média serão observadas em áreas específicas do Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Piauí, Maranhão e Amazonas. O principal efeito do El Niño é o aquecimento atmosférico, aumentando o risco de ondas de calor durante março e até maio, principalmente em Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo.
Além disso, não é prevista a ocorrência de ondas de frio extremo, dada a atmosfera aquecida, o que seria prejudicial para o milho segunda safra, segundo afirmação da especialista Nadiara Pereira.