Em um cenário onde os preços da soja no mercado brasileiro registram significativa elevação, contrastando com as tendências de queda observadas na Bolsa de Chicago, produtores e compradores nacionais e internacionais vivenciam uma disputa acirrada pelo grão.
O Cepea atribui esse aumento às valorizações no câmbio e no mercado externo, além da intensificada competição entre compradores pelo produto brasileiro. Diante da preocupação com uma possível queda na produtividade, os produtores têm hesitado em realizar grandes vendas para entrega imediata.
No estado do Paraná, um importante indicador de preço também refletiu um aumento de 7,03%, fixando-se em R$ 118,48 por saca na mesma data. Enquanto isso, o mercado interno da soja apresenta uma elevação de preços, contrapondo-se à tendência de baixa nos mercados internacionais, evidenciada pela diminuição de 0,19% no contrato de maio na Bolsa de Chicago, que fechou a US$ 11,85 por bushel.
O maior produtor nacional de soja, Mato Grosso, viu seus preços variarem entre R$ 102,47 e R$ 104,40 por saca de 60 quilos, com uma média semanal de R$ 103,51, marcando um aumento de 3,69% em comparação ao período anterior, com 95,6% da safra já colhida.
João Birkhan, CEO do Sim Consult, manifesta otimismo quanto ao futuro comportamento dos preços na Bolsa de Chicago, antecipando uma melhoria nas próximas semanas após ajustes nas expectativas de safra no Brasil. Ele aconselha cautela aos produtores em relação a novas vendas, indicando que os melhores preços podem surgir a partir de junho, quando a soja ainda em posse dos produtores estará pronta para ser comercializada.
Os prêmios de exportação da soja nos portos brasileiros permanecem negativos, segundo o Sim Consult, com descontos que variam conforme o período do ano, refletindo o dinâmico cenário do mercado agrícola internacional.