Os preços das principais commodities agrícolas registraram alta na bolsa de Chicago, com soja, milho e trigo. O movimento ocorre em um contexto de expectativas variadas e análises sobre o futuro do mercado.
A soja viu seus preços subirem 0,21%, fechando a US$ 12,12 o bushel, impulsionada por uma recuperação técnica e por fatores externos como a estagnação dos juros nos Estados Unidos e um aumento nas vendas do grão no país.
De acordo com Vlamir Brandalizze, consultor de mercado, houve um aumento significativo nas vendas de soja americanas, com o saldo líquido de vendas da temporada 2023/24 alcançando 494 mil toneladas na semana terminada em 14 de março, conforme dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
O mercado aguarda novas projeções para a área de plantio nos Estados Unidos para a safra 2024/25, que serão divulgadas pelo USDA na próxima quinta-feira (28q03). Expectativas de uma área de plantio superior à primeira estimativa do órgão podem influenciar as cotações futuras da soja.
Já o milho teve um aumento de 0,40% em seus preços, alcançando US$ 4,4075 o bushel, motivado pelo reconhecimento de que o cereal estava com preços considerados “muito baratos” e pela expectativa de um corte na área plantada nos Estados Unidos para a próxima safra.
A primeira estimativa do USDA para a área plantada com milho em 2024/25 é menor que a do ciclo atual, o que pode reduzir a oferta do grão no mercado.
O trigo, por sua vez, registrou alta de 0,32%, fechando a US$ 5,4675 o bushel, mesmo diante de uma demanda fraca pelo produto americano e da concorrência com a oferta crescente da Rússia, maior exportador mundial do cereal.
A consultoria SovEcon elevou sua projeção para a colheita russa de trigo na safra 2024/25, indicando uma produção robusta que pode superar tanto a safra anterior quanto a média dos últimos cinco anos.
Esses movimentos refletem a complexidade e a interconexão dos fatores que influenciam os mercados globais de commodities agrícolas, com analistas e investidores atentos às dinâmicas de oferta, demanda e cenários econômicos internacionais.