No mercado de grãos da Bolsa de Chicago, a soja experimentou uma retração após alcançar os maiores valores em quase dois meses.
Na sessão de sexta-feira (22/3), os contratos futuros de maio sofreram uma queda de 1,61%, sendo cotados a US$ 11,9250 por bushel. Especialistas apontam a realização de lucros por parte dos investidores como uma das razões para o recuo, além da influência de vendas intensas no Brasil e de fatores macroeconômicos, como a valorização do dólar.
Roberto Carlos Rafael, analista da Germinar Agronegócios, destaca que o fortalecimento da moeda americana exerce uma pressão negativa sobre as cotações de commodities.
Além disso, o mercado adota uma postura cautelosa em antecipação às novas estimativas de plantio para a safra americana de 2024/25, que serão divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) na próxima quinta-feira (28/03).
Para o milho, a tendência também foi de baixa, com os contratos de maio fechando a sessão com uma queda de 0,34%, a US$ 4,3925 por bushel. Apesar de algumas altas recentes, os preços futuros se mantêm próximos aos menores níveis dos últimos três anos no mercado internacional, refletindo um cenário de ampla oferta interna nos Estados Unidos.
“Os Estados Unidos contam com um estoque de passagem de 55 milhões de toneladas para esta safra, o que limita o potencial de alta nos preços, apesar do volume significativo de exportações”, observa Rafael.
Por outro lado, o trigo registrou um avanço, impulsionado por movimentos técnicos dos investidores. Os contratos para maio encerraram a negociação com um aumento de 1,46%, a US$ 5,5475 por bushel.
Este panorama de oscilações no mercado de grãos reflete as complexas dinâmicas de oferta, demanda e fatores econômicos globais, com investidores atentos às próximas divulgações de dados e projeções que possam influenciar as direções dos preços.