O cultivo de peixes a céu aberto no Brasil enfrenta desafios significativos devido às variações climáticas, especialmente com a chegada do período chuvoso.
De acordo com Alisson Gonçalves Meneses, pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), as alterações na temperatura e nas precipitações são fatores cruciais que afetam a qualidade da água nos tanques e reservatórios, impactando diretamente o bem-estar dos peixes.
Meneses destaca que, enquanto a escassez de chuvas pode limitar o abastecimento de água para os tanques, chuvas intensas apresentam o risco de rompimento de diques ou de transbordamento dos corpos hídricos.
A chegada do outono traz novos desafios para os piscicultores, com a previsão de fenômenos climáticos como El Niño e La Niña, que podem desestabilizar ainda mais o ambiente aquático.
Meneses aconselha os produtores a se prepararem para períodos mais frios, previstos para iniciar no final de abril, adotando práticas de manejo adequadas para minimizar os impactos negativos nas produções piscícolas.
Entre as recomendações estão o monitoramento e controle da qualidade da água, mantendo a renovação constante e verificando os parâmetros físico-químicos. Ajustes no pH, quando necessário, e o uso de aeradores para manter os níveis de oxigênio são outras medidas sugeridas.
Além disso, a adoção de densidades populacionais menores nos tanques e um planejamento de abate antecipado podem ajudar a reduzir a pressão sobre os recursos hídricos e garantir a sustentabilidade da produção.
Essas estratégias são vitais para assegurar a saúde dos peixes e a eficiência produtiva diante das incertezas climáticas, contribuindo para a estabilidade do setor de piscicultura no país.