Assista ao vídeo do estrago em Santa Maria, cidade que registrou o maior volume de chuva
Desde a terça-feira (30/04), o Rio Grande do Sul enfrenta uma série de enchentes que já resultaram em pelo menos 10 mortes e 21 pessoas desaparecidas até a manhã de quarta-feira (01/05).
Em resposta à crise, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional intensificou o apoio ao Estado, disponibilizando oito aeronaves e enviando 300 militares das Forças Armadas para auxiliar nas operações de resgate e assistência aos afetados.
Na noite de terça-feira, após solicitação do Governo Estadual, o ministério começou a coordenação das ações de socorro. Na manhã seguinte, representantes da Defesa Civil Nacional se reuniram com autoridades locais, incluindo o vice-governador Gabriel Souza e secretários estaduais, para definir as estratégias de resposta à emergência.
Representantes do Governo Federal e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também discutiram sobre as medidas de resposta às enchentes durante um encontro na noite de terça-feira.
Chuvas intensas danificam estradas e afetam agricultura
Na manhã de terça-feira (30/4), uma grande cratera se formou no quilômetro 132 da BR-290 em Eldorado do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre, após o asfalto ceder sob a pressão da água de um arroio que passa sob a rodovia.
João Ferreira, coordenador da Defesa Civil do município, informou que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) aguardará o fim das chuvas para iniciar o planejamento das obras de recuperação. A rodovia, principal acesso à capital do estado, tem uma rota alternativa que pode aumentar o tempo de viagem em cerca de duas horas.
Além dos danos às estradas, uma comunidade indígena Guarani de 29 pessoas foi deslocada para um abrigo fornecido pela prefeitura local devido à proximidade da área afetada.
Perdas significativas nas culturas de arroz e soja
No setor agrícola, há relatos de perdas consideráveis nas culturas de arroz e soja, ambas em fase de colheita. Ferreira destacou que mais de 100 hectares de arroz estavam prontos para serem colhidos, mas poderão ser perdidos se as condições climáticas adversas persistirem. A prefeitura está em processo de levantamento dos danos preliminares.
A Secretaria de Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul (SDR-RS) comunicou que será ativado o Sistema de Levantamento de Perdas da Emater/RS-Ascar (Sisperdas) para uma avaliação mais precisa dos danos causados pela chuva. No momento, as equipes enfrentam dificuldades de locomoção para acessar as áreas mais atingidas.
Ponte 287, em Santa Maria, cidade que registrou o maior volume de chuva