Os grandes tamanhos de ninhada estão associados à redução da vitalidade neonatal? Ou talvez a comportamentos maternos negativos por parte das porcas? Pesquisadores da Coreia do Sul recentemente investigaram essas questões.
A equipe, ligada à Universidade Nacional de Chonnam, em Gwangju, Coréia do Sul, publicou suas descobertas na revista Porcine Health Management em fevereiro de 2024.
O estudo destaca a diminuição contínua no peso ao nascer dos leitões e a extensão da duração do parto como resultado da seleção genética para tamanhos maiores de ninhadas. O baixo peso ao nascer e o parto prolongado estão associados à redução da vitalidade neonatal dos leitões, à escassez de tetas funcionais para amamentar ninhadas grandes, estresse fisiológico e oxidativo, e comportamentos maternos negativos nas porcas. Então, como tudo isso funciona exatamente?
Coleta de dados
A equipe selecionou um total de 24 porcas primíparas e seus descendentes para um teste de 28 dias. Eles categorizaram porcas e leitões em dois grupos com base no tamanho da ninhada:
- Normal (7-14 leitões)
- Grande (15-20 leitões)
As porcas foram abrigadas em grupos durante a gestação e transferidas para um sistema de habitação solto adaptável durante o parto e a lactação. Os pesquisadores registraram a mortalidade de leitões e o peso corporal, além de monitorar o comportamento de amamentação e cuidado das porcas após o parto. Amostras de saliva foram coletadas para avaliar os níveis de cortisol antes e depois do parto.
Impacto na mortalidade e crescimento dos leitões
Durante a lactação precoce, os pesos corporais dos leitões foram menores no grupo grande, indicando que as porcas hiperprolíficas geralmente apresentam mau desempenho devido à produção insuficiente de leite para sustentar um grande número de descendentes. Além disso, a taxa de mortalidade de leitões foi maior no grupo grande, sugerindo que os leitões hipotérmicos muitas vezes buscam calor perto da porca, tornando-se mais suscetíveis a serem esmagados.
Impacto no comportamento de cuidado das porcas
As porcas do grupo grande apresentaram menor cuidado e seus leitões tiveram crises de amamentação com maior duração. A taxa de amamentação interrompida por porca foi maior no grupo grande, devido ao maior estresse fisiológico e oxidativo que inibe a secreção de hormônios maternos que promovem o comportamento parental nas porcas.
Impacto nos níveis de cortisol
As porcas do grupo grande apresentaram níveis mais altos de cortisol, o que estava positivamente ligado à taxa de amamentação interrompida por porcas. Essa descoberta indica que grandes ninhadas experimentam níveis de estresse mais altos em comparação com ninhadas de tamanho normal, devido a desafios fisiológicos e físicos, incluindo os altos requisitos de energia para o desenvolvimento de muitos fetos e limitações de movimento causadas pelo maior tamanho corporal.
Conclusão
Os autores concluíram que o aumento do tamanho da ninhada afeta negativamente o desempenho dos leitões e o comportamento materno pós-parto em porcas. Portanto, é essencial formular estratégias nutricionais e de manejo para reduzir o estresse fisiológico e oxidativo induzido pelo aumento do tamanho da ninhada em porcas periparturientes e otimizar o desempenho dos leitões.
Autor: Samaneh Azarpajouh