O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que pode buscar reverter o controle do Canal do Panamá, acusando o país centro-americano de cobrar tarifas excessivas pela utilização da via. Durante um discurso no evento AmericaFest, no Arizona, Trump manifestou preocupação com a possível influência chinesa no canal e afirmou que não permitiria que a via estratégica caísse “em mãos erradas”. Em seguida, o presidente eleito compartilhou uma imagem de uma bandeira americana sobre o canal com a legenda: “Bem-vindo ao Canal dos Estados Unidos!”
Trump argumentou que o canal foi transferido para o Panamá em 1999, após décadas de controle conjunto, sob condições legais e morais específicas. Ele alertou que, caso esses princípios não sejam respeitados, os Estados Unidos exigiriam o retorno completo do canal.
A postura de Trump provocou uma resposta do presidente do Panamá, José Raul Mulino, que reforçou a independência do país e afirmou que as tarifas cobradas pelo uso do canal são justificadas, não sendo arbitrárias. Mulino também destacou que a soberania do Panamá sobre o canal é inegociável: “Cada metro quadrado do canal pertence ao Panamá e continuará pertencendo ao Panamá”.
Embora a China não administre o canal, uma subsidiária da empresa CK Hutchison Holdings, com sede em Hong Kong, opera portos nas extremidades da via. No entanto, especialistas apontam que, apesar das ameaças de Trump, não há respaldo legal internacional para reverter o controle do canal, já que ele foi transferido ao Panamá por meio de tratados assinados nos anos 1970, que garantiram a soberania do país sobre a via.
Essa postura agressiva de Trump reflete sua visão de que o controle de importantes rotas comerciais é essencial para a segurança e os interesses econômicos dos Estados Unidos.