O 4º Inventário de Emissões e Remissões Antrópicas de Gases de Efeito Estufa (GEE) de Minas Gerais, apresentado na terça-feira (9), na reunião do Conselho de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Fiemg, mostra queda nas emissões bruta e líquida de CO2 no Estado, entre 2015 e 2019.
Divulgado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), o 4º Inventário de Emissões e Remissões Antrópicas de Gases de Efeito Estufa (GEE) aponta que as emissões brutas de gás carbônicos foram reduzidas e 137 milhões para 126 milhões de toneladas. Já as líquidas diminuíram de 134 milhões para 122 milhões de toneladas.
Presidente do Conselho de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Fiemg, Mário Campos lembrou que quando a Federação aderiu ao Race to Zero, em acordo assinado em Glasgow, na Escócia, por ocasião da COP 26 – no fim de 2021 -, ao lado do governo de Minas Gerais, foi proposta a elaboração desse diagnóstico no Estado.
Campos solicitou ao presidente da Feam, Renato Teixeira Brandão, presente à reunião de terça-feira (9/8), que a fundação avalie a possibilidade de ampliar o prazo da consulta pública que vem sendo feita acerca do inventário. Até então, o preso estabelecido é entre 4 e 18 de agosto.
Brandão ponderou, acerca do levantamento, que se trata de uma primeira etapa de revisão do plano de ação climática do Estado, e que haverá outras fases, também abertas à participação da sociedade. Ele considerou que, até 2030, pode-se conseguir atingir as metas de diminuição dos lançamentos de CO2 em Minas, mas que as rupturas necessárias para o cumprimento da meta de Carbono Zero até 2050 vão exigir muitos investimentos em tecnologia.
Nesse sentido, disse ainda, é importante que se busque proximidade com as universidades e com as instituições de pesquisa, capazes de colaborar com as inovações necessárias a esse processo de descarbonização.
Representante da Faemg na reunião do Conselho de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Fiemg, Ana Paula Mello considerou que é o setor produtivo que tem que “se mexer” para construir a remoção das emissões de carbono. Ela sugeriu a criação de núcleos que possam discutir o que a indústria, a agropecuária e o governo podem fazer, de maneira concreta, para que o estado atinja a meta de Carbono Zero.
ESG na Nexa
O gerente de Meio Ambiente da Nexa Recursos Minerais, Guilherme Freitas, apresentou na reunião o case da mineradora, quinta maior produtora de zinco do mundo, que investe fortemente em inovação e em economia circular. No mercado há cerca de 70 anos, a polimetálica (além de zinco, produz ouro, cobre, chumbo e prata), atua, frisa Freitas, de acordo com o conceito ESG (Governança ambiental, social e corporativa).
Na unidade de Morro Agudo, em Paracatu, Noroeste de Minas, por exemplo, não há mais resíduos. O que antes era disposto em barragens, atualmente, é vendido como calcário dolomítico – insumo usado na correção da acidez do solo. Já em Juiz de Fora, contou Freitas, a Nexa mantém a primeira indústria recicladora de zinco, com quase 20% do material produzido oriundo do zinco. Em Três Marias, a mineradora aplica o resíduo na confecção de concreto e em cimenteira.
Entusiasmado com o alto nível de sustentabilidade na Nexa exposto por Freitas, Mário Campos defendeu: “Temos que instituir um prêmio na Fiemg para projetos como esses. Vocês têm a primeira recicladora de zinco do Brasil e a maioria de nós não sabia disso”.
“Essa recuperação de 100% do resíduo em Morro Agudo é exemplar. É algo que a gente tem que divulgar e parabenizar. Não conheço outro caso de 100% de reaproveitamento de resíduo”, ressaltou o representante do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Júlio Nery.