O G20, reunindo as maiores economias desenvolvidas e emergentes, sofreu queda de 0,4% no Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, numa reviravolta em relação ao crescimento de 0,5% no trimestre anterior, de acordo com levantamento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A economia brasileira teve a terceira maior expansão do grupo, de 1,2%, atrás apenas de Arábia Saudita (2,2%) e Turquia (2,1%).
Ao mesmo tempo, os indicadores compostos avançados da OCDE, projetados para antecipar as flutuações na atividade econômica nos próximos seis a nove meses, sinalizam para uma continuação da desaceleração na maioria das grandes economias.
A queda no PIB dos países do G20 entre abril e junho reflete principalmente a forte contração na China, onde o PIB declinou 2,6% comparado ao trimestre anterior. Isso depois de a economia chinesa ter crescido 1,4% entre janeiro e março. Mas os lockdowns adotados pelo governo para conter a pandemia de covid-19 tiveram forte efeito sobre a economia da China, principal parceiro comercial do Brasil.
Também houve baixa no PIB da Índia, de 1,4% no segundo trimestre, mesmo percentual de queda do trimestre anterior. O resultado é atribuído à diminuição nos gastos públicos e à queda no comércio exterior (exportações menos importações).
Houve contração também nas economias do Reino Unido (0,7%) e nos Estados Unidos (0,1%). Na África do Sul, a recuperação da economia foi afetada por fortes inundações em área de grande produção manufatureira.
Apesar da contração no PIB do G20 como um todo, a OCDE constata melhora de desempenho de Austrália, Brasil, Itália, Japão, Coreia do Sul e Turquia em comparação ao primeiro trimestre.
Já entre o quarto trimestre de 2019 e o segundo trimestre deste ano, o Brasil registra crescimento acumulado de apenas 3%, abaixo da média de 4,3% no G20. Em comparação, a economia do México teve contração de 1,1% no período.
Em outra publicação nesta semana, a OCDE sinaliza sobre o que está por vir na economia mundial. Entre as grandes economias da OCDE, seus indicadores avançados sinalizam para continuação da perda do impulso de crescimento no Canadá, no Reino Unido e nos Estados Unidos, assim como na área do euro como um todo, incluindo França, Alemanha e Itália.
Entre os grandes emergentes, os indicadores constatam a mesma situação de desaceleração na China. Também sinalizam perda de ritmo de crescimento no Brasil.
Somente as economias da Índia e do Japão aparecem com expectativa de crescimento estável nos próximos meses.