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Sustentabilidade

Baixa emissão de carbono é aposta para produção sustentável de alimentos

Tecnologias contribuem para o Brasil reduzir emissão de Gases de Efeito Estufa

Baixa emissão de carbono é aposta para  produção sustentável de alimentos

A sustentabilidade caminha ao lado do setor agropecuário há muitos anos, contribuindo para equilibrar a produção de alimentos e a preservação do meio ambiente. Em propriedades rurais de todo o Brasil, é possível ver bons exemplos de produtores que aplicam as tecnologias de baixa emissão de carbono.

Na Fazenda Pontal dos Angicos, no Distrito Federal, o produtor João Araújo Neto separou 330 hectares para a produção integrada de pecuária e floresta, unindo eucalipto e gado de corte.  Em 10 anos, o pecuarista recuperou a pastagem, melhorou a produtividade e teve mais renda.

“A reforma da pastagem já era necessária. Com a integração, a produtividade do pasto e do rebanho aumentou. O gado também ficou mais saudável e os ataques de moscas e carrapatos reduziram”, disse João.

A união entre pecuária e floresta trouxe outras vantagens para a propriedade. A ambientação entre eucalipto e capim ajuda a preservar a umidade, tanto no solo, quanto no ar, garantindo que o rebanho enfrente o período de estiagem da região Centro-Oeste com uma pastagem de qualidade.

“Um pasto recuperado e bem manejado permanece verde no período da seca. Oferecer essa pastagem para o gado é permitir o ganho de peso do animal na entressafra”, explicou o instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Distrito Federal (Senar/DF), Ronaldo Trecenti.

A  recuperação de pastagens degradadas e a integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) são tecnologias de baixa emissão de carbono trabalhadas no Plano ABC, que durou de 2010 a 2020. O programa contribuiu para que o Brasil alcançasse as metas do Acordo de Paris na redução da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE).

Segundo o coordenador de Sustentabilidade da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Nelson Ananias, o produtor rural, através do programa ABC, cumpriu grande parte das obrigações do país na redução das suas emissões, baseadas no ano de 2005, atingindo 115% do volume proposto de carbono nas metas voluntárias.

“O produtor se mostrou preparado para atender o chamado do Brasil no desenvolvimento sustentável da atividade agropecuária”, disse o coordenador.

De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a cada 1 real investido pelo Plano ABC, os produtores rurais investiram outros 7 reais em recursos próprios, comprovando a importância de uma produção voltada a aproveitar recursos naturais, através da inserção de tecnologias.

Na última safra, a linha de crédito que financia o Plano ABC atingiu quase R$ 2 bilhões em valor contratado, segundo o Banco Central. “Os produtores rurais investiram tempo, dinheiro e tecnologia para serem cada vez mais produtivos, utilizando os recursos naturais com eficiência”, afirmou Nelson Ananias.