O dólar opera em leve alta nesta segunda-feira (10), fazendo uma pausa depois de fechar na mínima em quase quatro meses no último pregão, com os investidores de olho nas perspectivas para a curva de juros nos Estados Unidos e seu impacto nos mercados de câmbio ao redor do globo.
Às 9h29, a moeda norte-americana subia 0,09%, cotada a R$ 5,2316.
Na sexta-feira, o dólar fechou em queda de 0,96%, cotado a R$ 5,2270 – menor cotação desde 16 de janeiro. Na parcial do mês, acumula queda de 3,76%. No ano, o avanço ainda é de 0,77%.
Cenário
Na agenda do dia, o mercado financeiro elevou sua estimativa média para a inflação em 2021, de 5,04% para 5,06%, segundo pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central. A projeção para a taxa de câmbio no fim de 2021 recuou de R$ 5,40 para R$ 5,35.
Já a estimativa para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no ano passou de 3,14% para 3,21%. Os analistas também mantiveram em 5,50% ao ano a previsão para a taxa básica de juros (Selic) no fim de 2021.
No exterior, os preços do minério de ferro e do aço na China atingiram novos recordes nesta segunda-feira.
Na Europa, a confiança dos investidores da zona do euro subiu em maio para o seu nível mais alto desde março de 2018, sugerindo que o bloco está superando a crise da Covid-19.
Na semana passada, o dólar acumulou uma queda de 3,76% frente ao real, refletindo a expectativa da continuidade de elevações na taxa básica de juros no Brasil, o que ajudaria a recompor de forma mais robusta o chamado diferencial de juros com o exterior, o que favorece o fluxo de dólares para o país. A expectativa do mercado é de que uma nova alta de 0,75 ponto percentual na Selic deva ocorrer em junho.
A Selic em alta aumenta a diferença entre os retornos oferecidos no Brasil ante os dos Estados Unidos e de outros mercados emergentes, o que eleva a atratividade do real, potencialmente valorizando a moeda.
O câmbio no Brasil também vem refletindo o comportamento da balança comercial, que registrou superávit recorde em abril, em meio a alta demanda mundial por produtos básicos, como alimentos e minério de ferro.