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Eólica

Energia eólica responde por 11% da capacidade instalada no país

713 parques abastecem o equivalente ao consumo mensal de 28,8 milhões de residências

Energia eólica responde por 11% da capacidade instalada no país

Em 2020, a energia gerada pelos ventos se tornou a segunda principal fonte da matriz elétrica brasileira, atrás apenas da hidrelétrica. Os 713 parques eólicos instalados hoje em 12 Estados abastecem o equivalente ao consumo mensal de 28,8 milhões de residências. São 19 Gigawatts (GW), que correspondem a 11,2% da capacidade instalada do país, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Um movimento recente nesse mercado tem sido a migração do ambiente de contratação regulada, intermediado pelo governo, para o de contratação livre.

“Devemos chegar a 19,5 GW no final deste ano, uma revolução em termos de investimentos e de capacidade instalada”, informa a diretora-presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum. Ela observa que a pandemia acelerou o avanço rumo à economia de baixo carbono, em função da entrada da ESG (sigla em inglês para governança ambiental, social e corporativa) na pauta estratégica das empresas.

Energia Eólica ganha relevância

Na última década, o setor eólico recebeu US$ 35,8 bilhões em aportes, conforme estudo da Bloomberg New Energy Finance (BNEF). Investir nesta fonte renovável se tornou um bom negócio.

Um estudo do Ministério das Minas e Energia, em parceria com a agência de cooperação alemã GIZ, estima que até 2024 a capacidade instalada de energia eólica no Brasil vai duplicar e a de energia solar, aumentar sete vezes. “Ficou claro que o sistema brasileiro vai ter capacidade para acomodar essa expansão”, diz o superintendente adjunto da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Gustavo Pires da Ponte. “Os fiadores desse crescimento vão ser as hidrelétricas, que conseguem suprir a variabilidade das outras fontes, e o sistema de transmissão.”

A EPE estuda novas expansões da malha interligada, para assegurar conexão melhor entre a região Nordeste, principal produtora de energia eólica e solar, e o Sudeste, onde ocorre a maior carga.

A consultoria GO Associados calculou os efeitos multiplicadores dos investimentos para expansão do setor eólico entre 2011 e 2019. No período, eles geraram 498 mil empregos por ano e R$ 45,2 bilhões em massa salarial nas regiões Nordeste e Sul. Além disso, foram arrecadados R$ 22,4 bilhões em ICMS e IPI. O estudo estima que o pagamento anual médio de R$ 165,5 milhões no arrendamento de terras gera mais de 8 mil empregos, e a instalação de parques eólicos leva a um aumento médio de 20,2% no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M). Outros benefícios identificados são a redução no índice de desigualdade, a ampliação do acesso à água potável, a regularização fundiária e o aumento da proteção à fauna e flora.

A Casa dos Ventos é uma das empresas do setor que passaram a dar mais atenção ao mercado livre de energia. Nos seus contratos de longo prazo, os clientes têm a opção de comprar participação no empreendimento, tornando-se autoprodutores. “Nossa meta é chegar ao final de 2023 com 1,6 GW em projetos eólicos voltados para o mercado livre, mais 400 Megawatts em solares”, diz o diretor de novos negócios Lucas Araripe.

O complexo eólico Folha Larga (BA) entrou em operação em abril de 2020. Rio do Vento (RN) começa a operar no segundo semestre e Babilônia Sul (BA), no segundo semestre de 2023. Quando estiver em plena carga, Rio do Vento será um dos maiores complexos eólicos do mundo, com 1.038 MW de capacidade instalada. Em janeiro a empresa firmou contrato com a companhia britânica BP para fornecimento de energia por 15 anos.

A Engie tem quatro conjuntos eólicos em operação no Brasil – um no Ceará e três na Bahia. Também está implantando o conjunto eólico Santo Agostinho (RN). A companhia recebeu autorização da Aneel para iniciar a operação comercial de Campo Largo II, que deve estar em plena capacidade no terceiro trimestre. “Até o momento, já foram adicionados 142,8 MW à nossa capacidade instalada, ultrapassando a marca de 1 GW se considerados todos os parques geradores eólicos em operação”, informa o diretor-presidente da Engie Brasil Energia, Eduardo Sattamini. Somados, os investimentos em Campo Largo II e Santo Agostinho chegam a R$ 3,8 bilhões.

A Total Eren tem cerca de 1 GW de projetos solares e eólicos em desenvolvimento no país.