A terceira edição do Seminário de Mercado de Grãos, caminhos para redução de custos de produção aconteceu na última terça-feira (25), e foi mediado pelos consultores da ABCS, Ana Paula Cenci e Iuri Pinheiro Machado. O evento foi dedicado a discutir o papel das instituições financeiras nas operações de crédito e no mercado futuro, dando continuidade aos painéis anteriores que falaram de alternativas que os produtores podem buscar em relação as linhas de crédito, e também maneiras para atuar na compra de grãos.
A gerente de soluções na diretoria de agronegócios do Banco do Brasil, Paula Regina Costa, iniciou a apresentação falando sobre o crédito rural no Banco do Brasil que já chega a quase 200 milhões de reais na carteira, 91,4% deste total destinado aos produtores rurais. “Nós temos uma história no agro, hoje são 221 profissionais preparados para atender o produtor em todas as modalidades de produção, e mais de 18 agências especializadas, porém temos desafios quanto à disponibilidade desses recursos como a ampliação do crédito com fontes de recursos alternativas, a desburocratização e modernização na concessão do crédito, a utilização dos mecanismos de proteção da produção e renda e o compromisso contínuo com a sustentabilidade.”
Paula explica também que as linhas de crédito rural disponíveis no Banco do Brasil se destinam a custeio de ações como: reduzir as emissões de gases de efeito estufa e desmatamento, implantação, melhoramento e manutenção de sistemas de tratamento de dejetos e resíduos da produção animal, investimentos necessários à incorporação de inovação tecnológica, adoção de boas práticas agropecuárias e de gestão da propriedade rural, à inserção competitiva dos produtores nos diferentes mercados consumidores, automação, adequação e construção de instalações, compra de equipamentos, financiamento de investimentos e despesas, compra de bens ou insumos, financiamento de despesas normais da atividade agrícola ou pecuária, inclusive aquisição de animais.
Em seguida, o gerente da mesa de futuros da Ágora, uma assessoria especializada do Banco Bradesco, Marcelo Matias Boneri, falou sobre mercados futuros. “Somos mais de 600 especialistas na Ágora, presentes em todo o Brasil e trabalhamos com o mercado futuro.” Ele explicou o que é o mercado futuro, como funciona e quais são as suas vantagens, destacando que nesta modalidade é possível gerenciar o risco e ter uma amplitude de preços, com ganho na margem de custos. “A suinocultura é muito afetada pela inflação, pois os produtores utilizam muitos itens importados, como medicamentos, equipamentos, vitaminas, e também insumos como milho e soja. Vimos a alta do dólar no início da pandemia, fazendo com que todos os preços subissem. Como fazer para controlar isso?”
Segundo Marcelo, mercados futuros são uma ferramenta de controle de risco, que dão amplitude de prazo e horizonte de preço, trazendo uma otimização do custo, e melhor margem de lucro, gerenciando também o risco através de diversas opções. “Eu faço uma compra no mercado futuro e me projeto, sabendo que se o mercado subir eu vou ter um ganho, e se o mercado cair eu posso fazer uma operação onde eu compro uma opção que faz um seguro de preço, travando os valores.”