O agro não será o mesmo em alguns anos. As crescentes demandas em torno de aspectos éticos, ambientais, consumo e outros têm transformado o dia a dia produtivo no campo. Os desafios tradicionais continuarão, como o da produtividade e competitividade, mas as exigências de como são produzidos os alimentos ou tratados os animais pesam sobre as decisões de compra. Podemos pensar em um mundo onde haverá um progressivo aumento de demanda por proteínas, puxadas por elevação de renda, urbanização. No entanto, temos um mundo interconectado pela internet, onde o simples fato de um jogador como Cristiano Ronaldo tirar duas garrafinhas de Coca-Cola da sua frente, colocando uma de água no lugar, pode levar a perdas gigantescas na Bolsa de Valores e de imagem.
Há muita inovação tecnológica a campo e transformações a serem superadas, como as causadas pelas mudanças climáticas. Os desmatamentos ilegais que ocorrem na Amazônia e correm o noticiário mundial. O agro não pode simplesmente dizer não tenho nada a ver com isso. O que acontece ali impacta diretamente o seu negócio. Não importa só ele dizer que é sustentável. É necessário posturas que pressionem para que as leis sejam cumpridas e as fiscalizações aconteçam e punam quem está agindo errado.
O país tem todas as condições favoráveis para assumir a liderança em bioeconomia, em mostrar como é possível produzir com emissões reduzidas de gases de efeito estufa, demonstrar modelos e práticas sustentáveis, olhando para o social, o ambiental e o econômico, tripé de sustentação exatamente desta sustentabiliedade. O Brasil dispõe atualmente de todas as condições técnicas e de meio ambiente para liderar este novo sistema agroambiental, mas lhe falta muitas vezes condições morais. Como cobrar e exigir em uma mesa de negociação, se ainda não somos cumpridores de nossas próprias leis? O futuro brilha para o país, mas ele ainda precisa entender a dinâmica deste mundo futuro.
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Uma boa leitura!
Humberto Luis Marques
