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Embrapa registra lucro social de R$ 46,4 bilhões em 2019

Cada R$ 1 investido gerou retorno social de R$ 12,29 para a sociedade

Embrapa registra lucro social de R$ 46,4 bilhões em 2019

A Embrapa obteve um lucro social de R$ 46,49 bilhões em 2019, segundo o balanço social da empresa. O resultado mostra que de cada R$ 1 investido gera um retorno social de R$ 12,29 para a sociedade. Em 2019, o orçamento da Embrapa foi R$ 3,78 bilhões.

O lucro social mede os benefícios econômicos recebidos pelo setor produtivo com a adoção de tecnologias geradas pela empresa. De acordo com a Embrapa, o valor de 2019 foi obtido a partir da análise do impacto econômico de 160 soluções tecnológicas e 220 cultivares desenvolvidas pela empresa, como grãos, frutas, hortaliças, leguminosas e raízes, na renda do produtor, na geração de empregos e no meio ambiente.

“No balanço social nós demonstramos o que estamos devolvendo para a sociedade brasileira com cada real que foi investido em 2019”, explicou o presidente da Embrapa, Celso Moretti, durante videoconferência para presentar os resultados.

“A Embrapa não é uma instituição que tem por objetivo gerar lucros financeiros, é uma instituição pública que tem um papel social e estratégico muito importante para o Brasil”, disse.

Downloads
O balanço também mostrou que em 2019 foram realizados mais de 24 milhões de downloads de publicações técnicas na página da Embrapa na internet. O número representa um aumento de 9% em relação ao verificado em 2018, quando foram computados pouco mais de 22,1 milhões de downloads.

Com os dados obtidos a partir dessa amostra de soluções tecnológicas, a Embrapa teve uma taxa interna de retorno (ITR) de 37%. Essa taxa é relacionada ao total de benefícios econômicos e custos de geração das soluções tecnológicas analisadas no balanço, “o que confirma a alta rentabilidade dos investimentos realizados pelo Estado na Embrapa e a geração de 45.516 novos empregos em 2019”, informou a Embrapa.

Entre as pesquisas que merecem destaque está a identificação de bactérias capazes de tornar solúvel o fósforo do solo, “propiciando uma economia de bilhões de dólares na importação desse fertilizante mineral”, e o aperfeiçoamento do Sisteminha, um sistema integrado de produção de alimentos que permite a alimentação de uma família a partir da área de 1 hectare.

De acordo com a Embrapa, que completou 46 anos no último domingo (26), o grande impacto gerado ao longo desse tempo foi a redução de custos dos alimentos e o aumento sustentável da oferta, o que resultou na diminuição do valor da cesta básica em mais de 50% nos últimos 44 anos.

“Na década de 1970, o país era um importador de alimentos, vivíamos uma situação de insegurança alimentar. O Brasil era basicamente conhecido como um grande produtor de café, açúcar e cacau e não tinha tecnologia de cultivo tropical, tínhamos que, basicamente, trazer tecnologia do mundo temperado para a região tropical”, lembrou Celso Morettio, acrescentando que houve “uma transformação fantástica nas últimas décadas e hoje produzimos soja e trigo nos trópicos”.

Covid-19

Moretti disse que a Embrapa tem buscado ajudar o governo no combate à pandemia do novo coronavírus (covid-19). Entre as medidas estão a criação de painéis gráficos que mostram o avanço dos casos da doença no território nacional, com a evolução temporal diária, além da espacialização estadual dos casos da doença. Outra medida foi disponibilizar as estruturas de laboratórios para a realização de testes de detecção do vírus.

“Temos 59 laboratórios equipados que podem fazer teste de detecção do coronavírus. Eles podem ajudar em fazer a testagem em massa; alguns já estão fazendo essas análises, e acreditamos que brevemente os demais laboratórios devem entrar em funcionamento para apoiar o país”.

Novos diretores

Celso Moretti, disse nesta segunda-feira (27/04), em entrevista coletiva transmitida online para apresentar o balanço social, que o Conselho de Administração da empresa aprovou na última sexta-feira dois nomes para assumir as Diretorias Executivas que estavam com seleção aberta.

A química e professora colaboradora da Universidade de Brasília (UnB) Adriana Regina Martin assumirá a Diretoria de Inovação e Tecnologia. Ex-diretora nos Departamentos de Políticas de Desenvolvimento e Inovação em Tecnologias Estruturantes e Apoio à Inovação, do Ministério de Ciência e Tecnologia, ela atuou também no setor privado, como gerente de Redes de Inovação na Sadia e BRF, segundo currículo divulgado pela Embrapa. O economista Tiago Toledo Ferreira responderá pela Diretoria de Gestão Institucional. Ferreira atuou 13 anos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nas áreas Internacional, de Comércio Exterior e de Relacionamento Institucional e tem experiência em análise econômico-financeira de indústrias e projetos de infraestrutura e desestatização, conforme currículo distribuído pela empresa.

Moretti ressaltou que os dois novos diretores vêm “de fora da Embrapa”. “Os dois foram entrevistados, participaram de processo de seleção, que eu conduzi pessoalmente. Não houve indicação política para escolha dos dois diretores. A ministra (da Agricultura) Tereza Cristina me deu carta branca para tocar o processo”, disse.