A Peste Suína Africana chegou à Alemanha, um dos principais produtores de carne suína do mundo. O rastro que a doença percorreu ao longo dos últimos meses, chegando até à vizinha, Polônia, já dava indício de que um dia atingiria o país. A Diretoria de Saúde Animal e Bem-Estar Animal da Alemanha reportou, nesta quinta-feira, à Organização Mundial para Saúde Animal, que uma carcaça em decomposição de uma fêmea de javali foi encontrada em uma floresta em Brandemburgo, próximo à fronteira com a Polônia, testou positivo para o vírus.
Entre os reflexos praticamente imediatos da notificação da doença, está a queda de 13,6% nos preços da proteína suína nesta sexta-feira. Além disso, a Coreia do Sul, outro importante comprador dessa carne, suspendeu as importações da Alemanha. A indústria alemã avalia que Japão e China devam adotar a mesma medida. Apenas o gigante asiático adquiriu US$ 1,2 bilhão de carne suína da Alemanha em 2019.
E alheio aos problemas sanitários pelo mundo, o Brasil continua exportando mais carnes. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou, nesta semana, que as exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 98,5 mil toneladas em agosto. Com este número, os embarques do setor superam em 89,2% o volume registrado no mesmo mês de 2019, com 52 mil toneladas.
No saldo do ano (janeiro a agosto), as vendas de carne suína totalizaram 678,3 mil toneladas, volume 44,37% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, com 469,8 mil toneladas. No mesmo período, a receita de exportações totalizou US$ 1,488 bilhão, número 54,5% superior ao registrado no mesmo período de 2019, com US$ 963,2 milhões.
A avicultura brasileira também é beneficiada, embora em volume menor. De acordo com a ABPA, as exportações de carne de frango apresentaram alta de 11,3% no mês de agosto, alcançando 362,4 mil toneladas. No ano passado, foram exportadas 325,7 mil toneladas no mesmo período. Em receita, houve decréscimo de 10%, com saldo de US$ 497,8 milhões, contra US$ 553,3 milhões em agosto de 2019.
No acumulado do ano (janeiro a agosto), as exportações totalizaram 2,8 milhões de toneladas, volume 1,8% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, com 2,78 milhões de toneladas. Em receita, houve retração de 11,3%, com total de US$ 4,14 bilhões em 2020, contra US$ 4,66 bilhões em 2019.