Os credores da Seara Agroindustrial de Sertanópolis aprovaram nesta terça-feira (5) o PRJ (Plano de Recuperação Judicial) da empresa. A assembleia geral, que foi realizada no Buffet Planalto, também instituiu um comitê para acompanhar o cumprimento do PRJ. A Seara entrou com pedido de recuperação em abril de 2017 e tem um passivo estimado em R$ 2,1 bilhões.
Pelo plano, somente os trabalhadores e produtores rurais pessoas físicas vão receber 100% dos débitos. Segundo a Credibilità Administrações Judiciais, a dívida com os primeiros, que gira em torno de R$ 3,6 milhões, será paga com recursos do próprio caixa da empresa. Já os produtores rurais vão receber seus débitos por meio de um empréstimo de R$ 77 milhões que deverá ser feito pela Seara. São aproximadamente 1.100 pessoas neste caso.
Um dos produtores com crédito na empresa é José Claver Júnior, de Primeiro de Maio. Ele participou da assembleia e avaliou o acordo como positivo “já que não tem outro jeito”. A família dele entregou 8 mil sacas de soja à Seara em 2017 e ficou no prejuízo. “Acredito que vamos receber daqui uns dois meses”, afirmou.
O advogado Dirceu Rosa Júnior também achou o acordo favorável. “Para os trabalhadores e produtores está bom. Vão receber 100% da dívida. E se a Seara não conseguir arcar com esse pagamentos, serão repassados bens da empresa como garantia”, avaliou ele, que representava um produtor rural.
Também, pelo acordo aprovado, os bancos cujos negócios com a empresa de Sertanópolis gozam de garantia receberão terminais ferroviários como pagamento. Já as transações sem garantia devem ser pagas com deságio de 75% e carência de 24 meses. Isso serve para bancos e fornecedores.
De acordo com a Credibilità, a recuperação judicial da Seara é a oitava maior em andamento no País.