A expansão de energias renováveis no Brasil, como solar e eólica – estima-se que até 2024, a capacidade instalada de energia eólica terá duplicado, enquanto a capacidade de energia solar terá aumentado sete vezes –, traz desafios para o planejamento e a regulação no setor energético e elétrico. Um exemplo: o maior potencial de energia eólica do país está no Nordeste, porém, grande parte da eletricidade gerada nessa região precisa ser transportada para o Sudeste, onde há mais consumo. Outro: esse mercado em crescimento requer uma força de trabalho qualificada para planejar e implementar investimentos em energias renováveis e eficiência energética, além de garantir a manutenção. No entanto, o setor carece de um número suficiente de profissionais com as habilidades necessárias.
Essas questões estão cobertas pelo projeto Sistemas de Energia do Futuro no Brasil, gerido pela Cooperação Alemã para o Desenvolvimento (GIZ – Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit), que será apresentado na 6ª edição Smart Energy CI&Expo 2019, conferência internacional que traz as principais novidades e avanços do setor energético no Paraná, no Brasil e no mundo. O evento ocorre nos dias 19 e 20 de novembro, no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), no Jardim Botânico, em Curitiba. As inscrições podem ser feitas no site www.smartenergy.org.br/ciexpo-2019/.
A gerente de Projetos de Cooperação Internacional em Energias Renováveis da GIZ, Paula Scheidt Manoel, falará sobre o projeto na palestra “Sistemas de Energia do Futuro – Ações de Disseminação de Energias Renováveis e Eficiência Energética, contando os resultados já alcançados pelo projeto e o que ainda se espera dele, cujo término está previsto para 2021.
O projeto é comissionado pelo Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha e desenvolvido em parceria política com o Ministério de Minas e Energia do Brasil. O objetivo, conta Paula, é aprimorar as condições gerais para integrar energias renováveis e eficiência energética no sistema energético brasileiro.
Segundo ela, os cursos de formação profissional disponíveis no Brasil ainda não atendem à crescente demanda de especialistas em energias renováveis e eficiência energética. Ao mesmo tempo, o crescimento do mercado abre oportunidades para novos empregos nesta área. “A GIZ apoia, portanto, instituições de formação profissional e universidades no estabelecimento de estruturas e programas de formação para professores e especialistas técnicos para estes novos perfis profissionais”, revela.
Outras iniciativas também são contempladas no projeto, como a assessoria da GIZ a ministérios e outras instituições públicas, além de bancos e outros atores relevantes do setor no delineamento de estratégias e apoio ao desenvolvimento de estruturas de cooperação e gestão, oferecendo conhecimento técnico em planejamento e regulamentação energético, bem como orientações para o desenho de modelos de negócio. Um exemplo de cooperação internacional mediada pela GIZ é a análise do setor energético e elétrico brasileiro em um estudo conduzido em parceria com as empresas Lahmeyer International, Tractebel (Engie) e PSR para ajudar a melhorar as condições para a integração de fontes de energia renováveis variáveis no mix energético do país.