Questões técnicas importantes ligadas à nutrição humana, higiene e inocuidade dos alimentos e à resistência antimicrobiana foram discutidas no Colóquio do Codex Alimentarius, evento preparatório às reuniões internacionais da organização, promovido em Brasília.
Representantes de 14 países da América Latina e Caribe trabalharam em conjunto procurando entender as diferentes visões apresentadas e desenvolver estratégias comuns para atingir os objetivos de garantir práticas leais de comércio de alimentos e proteger a saúde de consumidores.
O evento é promovido pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), com apoio da Coordenação do Codex para América Latina e Caribe (CCLAC).
O líder em Sanidade Agropecuária e Inocuidade de Alimentos (SAIA) do IICA, Robert Ahern, ressaltou o trabalho do Codex Alimentarius para, em última instância, permitir o acesso das pessoas à alimentação segura e saudável.
“A maioria das normas e padrões desenvolvidos pelo Codex são relevantes especificamente para o comércio internacional, mas, no processo de desenvolver e submeter esses procedimentos, a maioria dos países acabam aprimorando seus padrões de segurança alimentar no geral. Isso faz com que os consumidores, independentemente de onde estão comprando alimentos ou de quem estão comprando, tenham acesso a alimentos seguros e saudáveis”, argumenta Ahern.
Durante o Colóquio, os grupos de trabalho formados analisaram diretrizes e fizeram propostas relativas a documentos técnicos que influenciam diretamente, em âmbito mundial, temas que unem alimentação, saúde humana e saúde animal.
O grupo que debateu Higiene dos Alimentos tratou da revisão do documento-chave do Comitê de Higiene do Codex Alimentarius, que contém os princípios gerais da temática. De acordo com Norman Bennett, gerente de Inocuidade dos Alimentos do Ministério de Agricultura, Pecuária e Pesca do Uruguai, os participantes identificaram, por exemplo, que é necessário criar uma série de novas definições nesse âmbito.
Além disso, foi desenhado o projeto de um documento sobre a bactéria Escherichia Coli, que será apresentado na próxima reunião do Comitê do Codex, no Panamá no próximo mês de novembro. A bactéria habita normalmente o intestino humano, mas, em alguns casos, pode ser produtora de toxinas que causam sérias infecções alimentares.