Desde o início de outubro, os usuários dos ônibus do Corredor Biléo Soares, na região metropolitana de Campinas, observam a existência de placas de captação de energia solar em pontos de parada do sistema de transporte público.
A iniciativa é parte da política de sustentabilidade e meio ambiente da EMTU/SP. Até agora, 14 paradas já receberam as placas de captação, de um total de 20 pontos que estarão concluídos até o final do ano nos municípios de Americana e Santa Bárbara D’Oeste.
A EMTU/SP é pioneira na implantação dessa tecnologia no sistema de ônibus no Estado de São Paulo e planeja implantar o benefício em outros empreendimentos sob sua responsabilidade.
Conectadas com a rede de energia da CPFL, as placas de captação de energia solar geram para o Estado um crédito em energia que pode ser utilizado nas próprias paradas e também em outros equipamentos metropolitanos.
Com custo estimado de R$ 6,7 mil por ponto de parada, o investimento tem expectativa de ser recuperado em até três anos e um mês. Produzidas pela empresa WEG, as placas utilizaram tecnologia nacional e estrangeira, já que a Sede da Weg é no Brasil e alguns de seus produtos são fabricados na China.
A superintendente de Engenharia da EMTU/SP, Maria Tereza Fernandes de Campos, destaca que, para os usuários, a segurança noturna é um dos pontos fortes, já que o sistema é de alta confiabilidade. “Temos que explorar mais a energia gerada pelo sol abundante no Brasil. A questão da sustentabilidade é preocupante e o pioneirismo da EMTU/SP é uma contribuição importante à sociedade”, afirma.
Como funciona o sistema
Os estudos para a implantação dessa nova tecnologia começaram há três anos e os primeiros testes ocorreram no primeiro semestre de 2018. O engenheiro elétrico da EMTU/SP, Carlos Alberto Pinto Coelho, explica que o sistema é semelhante ao utilizado em residências.
“Hoje produzimos mais energia do que utilizamos, e isso de forma gratuita”, comenta. As placas captam e transformam a energia solar em eletricidade. Após a conversão em energia elétrica, é injetada na rede da CPFL. As medições de geração são feitas e acompanhadas diariamente. A CPFL, por sua vez reenvia essa energia de volta à EMTU/SP e todos os créditos excedentes podem ser utilizados tanto nas paradas de ônibus como em outros equipamentos da empresa.
Para o diretor-presidente da EMTU/SP, Theodoro de Almeida Pupo Junior, o meio ambiente exige atenção e inovações que possam minimizar o risco da matriz energética. “As previsões sobre a energia e a incidência de chuvas são preocupantes. O Estado está fazendo seu papel ao inovar e trazer soluções de sustentabilidade”, explica ele.