O executivo Gilberto Tomazoni foi eleito na terça-feira, 4, novo presidente global da JBS, da família Batista, um dos maiores frigoríficos do mundo. Tomazoni, que já exercia a função de executivo-chefe de operação do grupo, vai substituir José Batista Sobrinho, o Zé Mineiro, fundador do grupo, que voltou às funções executivas da companhia em setembro do ano passado, após a prisão dos seus filhos Joesley e Wesley Batista.
Tomazoni foi contratado por Wesley Batista para comandar os negócios globais de aves da JBS em 2013. Ex-presidente da Sadia, empresa na qual trabalhou por 27 anos, o executivo foi o responsável pela expansão da Seara e todos os negócios de alimentos processados da JBS.
Ele era o nome cotado para assumir a presidência global da JBS, após a prisão dos irmãos Batista, mas o conselho de administração do grupo avaliou que a volta de Zé Mineiro ao cargo era a opção mais viável para apaziguar o clima na companhia, após a saída de Joesley e Wesley, segundo uma fonte ouvida pelo Estado. Após as delações dos Batistas virem à tona em maio do ano passado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), principal sócio do grupo, travou uma disputa com a companhia.
Carta branca
Desde que chegou à companhia, Tomazoni recebeu carta branca de Wesley para contratar sua própria equipe e expandir os negócios do grupo. Ele trouxe vários nomes da Sadia para compor os quadro da Seara, que avançou sobre sua principal concorrente, a BRF, maior exportadora global de frango e que passa por uma turbulência financeira.
Um ano e meio após as delações se tornaram públicas, a JBS voltou a fazer planos para expandir e abrir o capital da empresa nos Estados Unidos. Os negócios da JBS nos EUA são comandados pelo executivo André Nogueira, nome de confiança da família.
Wesley Batista Filho, filho de Wesley, atual presidente de operações para América do Sul do grupo, estava se preparando para assumir a assumir o comando da empresa. Ele faz parte do conselho de administração da companhia.
Mesmo com a imagem arranhada, as ações da companhia se valorizam no mercado. Ontem, os papéis fecharam a R$ 11,48. A valorização é de 21% desde o dia 17 de maio, quando os áudios das gravações de Michel Temer com Joesley foram vazadas.