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Commodities

MDIC eleva para US$ 55 bi expectativa de saldo positivo na balança comercial em 2017

Houve crescimento de 21,8% nas exportações e superávit recorde de US$ 21,4 bilhões no quadrimestre

MDIC eleva para US$ 55 bi expectativa de saldo positivo na balança comercial em 2017

Com exportações de US$ 68,1 bilhões e importações de US$ 46,8 bilhões, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 21,4 bilhões no primeiro quadrimestre de 2017. É o melhor resultado para o período desde o começo da série histórica, em 1989. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (2/5), durante entrevista coletiva do secretário de Comércio Exterior do MDIC, Abrão Neto.

“Considerando o resultado recorde, a estimativa do MDIC é a de que tenhamos mais de US$ 55 bilhões de dólares de superávit anual”, declarou o secretário, redefinindo para cima a expectativa anterior, que era de atingir um saldo positivo de cerca de 50 bilhões de dólares em dezembro de 2017, superando o recorde registrado em 2016 (US$ 47,7 bilhões).

Abril

Com saldo de US$ 7 bilhões, abril também teve o melhor resultado da série histórica, valor 43,3% superior ao alcançado em igual período de 2016 (US$ 4,862 bilhões). No mês, os embarques ao exterior alcançaram US$ 17,686 bilhões, com crescimento, pela média diária, de 27,8%.  Na comparação com abril de 2016, cresceram as exportações de básicos (+29,2%), semimanufaturados (+27,5%) e manufaturados (+25,7%).

No grupo dos básicos, quando comparadas com abril de 2016, cresceram as vendas principalmente de minério de ferro (+87,6%), petróleo em bruto (+58,6%), minério de cobre (+50,9%), carne suína (+34,4%)e soja em grão (+24,2%). No grupo dos semimanufaturados, na mesma comparação, aumentaram as vendas principalmente de óleo de soja em bruto (+173,9%), semimanufaturados de ferro e aço (+55,5%,), ferro fundido (+46,1%) e açúcar em bruto (+44,7%). Já no grupo dos manufaturados, aumentaram as vendas principalmente de hidrocarbonetos (+161,6%), açúcar refinado (+139,1%), veículos de carga (+123,3%), óleos combustíveis (+106,5%), automóveis de passageiros (+87,8%), aviões (+63,7%), e tratores (+53,6%). As importações, em abril, totalizaram US$ 10,717 bilhões, o que representou aumento de 13,3% em relação à média diária de abril de 2016.  

“Nas importações, foi o quinto mês consecutivo de aumento, algo que não acontecia desde agosto de 2013”, observou o secretário Abrão Neto.  No mês, cresceram as importações de combustíveis e lubrificantes (+28,5%), bens intermediários (+16,5%) e bens de consumo (+6,3%), enquanto retrocederam as compras de bens de capital (-5,9%).

Quadrimestre

No acumulado de janeiro a abril de 2017, as exportações foram de US$ 68,149 bilhões – um crescimento de 21,8%, pela média diária em relação ao mesmo período de 2016. As importações somaram US$ 46,762 bilhões  (+9,5%). O saldo comercial, no acumulado do ano, ficou positivo em US$ 21,387 bilhões, valor 61,4% superior ao alcançado em igual período de 2016 (US$ 13,250 bilhões) e o maior superávit para o quadrimestre desde o início da série histórica. O recorde anterior havia sido registrado em 2016 (US$ 13,2 bilhões). “Em relação aos destinos, há crescimento para praticamente todos eles, com atenção para China com aumento de 46,8%; EUA, com crescimento de 21,7%; México com acréscimo de 12,6% e Argentina, com 26,6%”, destacou Abrão Neto.

No acumulado de janeiro a abril de 2017, as três categorias de produtos registraram crescimento nas exportações em relação a igual período de 2016: básicos (+32,1%), semimanufaturados (+14,8%) e manufaturados (+12%). Em relação à exportação de produtos básicos, houve aumento de receita, principalmente de petróleo em bruto (+142,5%), minério de ferro (+128,6%), carne suína (+40,1%), soja em grão (+26,4%), carne de frango (+14,5%), minério de cobre (+12,1%), café em grão (+7,5%) e farelo de soja (+3,4%). Nos semimanufaturados, os maiores aumentos ocorreram nas vendas de semimanufaturados de ferro e aço (+85%), óleo de soja em bruto (+59,8%), ferro fundido (+44%) e açúcar em bruto (+30,1%). No grupo dos manufaturados, ocorreu crescimento principalmente nos embarques de óleos combustíveis (+220,2%), veículos de carga (+75,8%), açúcar refinado (+59,9%), e automóveis de passageiros (+48,6%).  Nas importações, no acumulado do ano, houve crescimento em combustíveis e lubrificantes (+22,5%), bens intermediários (+16,2%) e bens de consumo (+1,0%), enquanto decresceram as compras de bens de capital (-19,0%).

Para o secretário Abrão Neto, crescimento nas compras de bens intermediários sinaliza a retomada dos investimentos produtivos. “O crescimento das importações mais concentrada em bens intermediários e combustíveis e lubrificantes reforça  os sinais de reaquecimento da economia dada esta natureza de importação de insumos, principalmente por parte do setor agrícola, indústria química e eletroeletrônicos”, informou .

Os principais países de origem das importações foram: 1º) China (US$ 8,20 bilhões), 2º) Estados Unidos (US$ 8,18 bilhões), 3º) Argentina (US$ 2,9 bilhões), 4º) Alemanha (US$ 2,8 bilhões) e 5º) Coreia do Sul (US$ 1,7 bilhão).