Apesar das exportações de carnes suínas e de aves terem sido impactadas por questões como a Operação Carne Fraca, delações de executivos da JBS e protesto de caminhoneiros, a expectativa é fechar o ano com crescimento. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, a previsão é alcançar, em volumes, um incremento de 2% nas vendas externas de aves e de 4% de suínos.
No ano passado, de acordo com dados da entidade, foram exportadas cerca de 4,3 milhões de toneladas de aves e 732 mil toneladas de suínos. Desde 2004, o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e o quarto em suína. Turra recorda que, até o final de março, as vendas para o mercado internacional vinham apresentando um aumento acima do previsto. No entanto, depois dos obstáculos enfrentados, houve uma queda de 4% na exportação de aves, em volume; e quanto a suínos, a redução foi de 2%. Contudo a perspectiva otimista para os próximos meses deve fazer com que se recuperem esses resultados.
O presidente da ABPA frisa que o setor nunca caiu em receita, sendo que verifica no momento, em dólar, elevação de 7% nesse quesito para aves e 28% para suínos, com o ganho de preço dos produtos. Com a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que investigou a adulteração de carne, o dirigente informa que o Brasil perdeu 74 mercados, que suspenderam temporariamente as compras. Porém praticamente todos esses países já retomaram as aquisições, faltando apenas voltarem nações que têm volumes de consumo menores, como Benim, Congo e São Vicente e Granadinas. Turra argumenta que a Operação Carne Fraca propiciou uma generalização dentro do segmento, o que foi muito prejudicial.
O dirigente foi um dos palestrantes da reunião-almoço Tá na Mesa, promovida ontem pela Federasul. Na ocasião, o presidente da ABPA também ressaltou que o País verifica crescimento da produtividade de grãos (arroz, feijão, trigo, milho e soja) nos últimos anos, sendo que atualmente o patamar é de 3.844 quilos por hectare.