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Benefício

Maggi promete prorrogar dívidas de produtores de arroz e soja do RS

Os produtores rurais do Rio Grande do Sul saíram satisfeitos do primeiro encontro que tiveram com o novo ministro da Agricultura, Blairo Maggi

Os produtores rurais do Rio Grande do Sul saíram satisfeitos do primeiro encontro que tiveram com o novo ministro da Agricultura, Blairo Maggi. Ao participar da abertura da Feira Nacional do Arroz (Fenarroz), na quinta-feira (26/05), no interior do Estado, ele afirmou que agricultores gaúchos que foram prejudicados por problemas climáticos poderão ter as parcelas de custeio e investimentos prorrogadas.

O socorro será direcionado a produtores de arroz e de soja, mas não de forma extensiva. O ministro deixou claro que os pedidos vão ser analisados caso a caso, e que só terá direito ao alongamento quem realmente necessita. O benefício tampouco será concedido a quem já recorreu a prorrogação com frequência em anos anteriores, já que o objetivo é evitar um efeito “bola de neve” que torne os pagamentos insustentáveis no futuro. A visita ao Rio Grande do Sul foi a primeira que Maggi fez como ministro. Ele tem raízes no Sul mas, antes de se firmar em Brasília, fez carreira no Centro-oeste, tanto na agricultura como na política.

No evento desta quinta-feira, Maggi discursou, conversou com representantes do setor, ouviu reivindicações e visitou uma lavoura de arroz irrigado. No discurso, sinalizou que a prorrogação das parcelas já está acordada com o Banco do Brasil, responsável pela maior parte dos financiamentos. Para que outros agentes financeiros façam o mesmo, serão necessárias algumas tramitações. A ideia é que a cobrança dos produtores mais prejudicados fique paralisada por até quatro meses. Nesse meio tempo, o setor espera negociar com o governo federal outras medidas que ajudem a amenizar as perdas nas lavouras. “Acho que ele está empenhado em que se encontre uma solução. Vimos boa vontade”, disse o coordenador técnico da Câmara Setorial do Arroz no Rio Grande do Sul, Rodrigo Rizzo.

De acordo com dados do Instituto Rio-grandense de Arroz (Irga), a quebra da safra de arroz chega a 16%, o que representa perdas de mais de R$ 1 bilhão. As lavouras das principais regiões produtoras foram atingidas por chuvas constantes ocasionadas pelo fenômeno El Niño, tanto durante o plantio quanto na época da colheita. No caso da soja, os problemas climáticos foram mais pontuais, mas causaram perdas expressivas em algumas áreas na Metade Sul do Estado.

Rizzo elogiou a decisão do ministro de visitar o Rio Grande do Sul na companhia do novo secretário de Política Agrícola, o gaúcho Neri Geller. “Me parece que eles terem vindo juntos é importante porque demonstra um preocupação em tornar ágeis as soluções para as questões colocadas pelo setor”, disse.

Boa impressão

No evento desta quinta-feira, na cidade de Cachoeira do Sul, Maggi lembrou que o Brasil passa por um momento delicado. Ele ressaltou que a limitação de recursos impõe desafios e que, na atual conjuntura fiscal, nem todas as demandas do agronegócio poderão ser atendidas pelo poder público.

O secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Ernani Polo, acompanhou a passagem de Maggi pelo Estado ontem. Na semana passada, eles já tinham se encontrado em Brasília. Segundo Polo, o ministro causa boa impressão ao abordar os assuntos de forma direta, simples e com propriedade. “Dada a situação do País, talvez ele não consiga fazer tudo o que se gostaria, mas sempre há pontos possíveis de serem melhorados. Ele é da área, e isso nos deixa uma esperança de que possa realizar um bom trabalho”, disse.

Já o vice-presidente da comissão executiva da Fenarroz, César Gazzaneo, destacou o fato de o ministro ter mostrado a intenção de valorizar a atuação das câmaras setoriais. “Ele sinalizou que vai usá-las cada vez mais como uma interface entre o governo e os produtores, que pretende torná-las o principal canal das reivindicações de diferentes cadeias”, afirmou. “Isso foi muito bem recebido.” Uma das ideias seria fazer uma ponte maior entre as câmaras estaduais e nacionais. Nesta sexta-feira, o ministro visita a Bahia Farm Show, no oeste baiano.