Durante mais de três horas, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, apresentou aos integrantes da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado as prioridades da pasta. A desburocratização e a ampliação do mercado externo foram os principais pontos destacados pelo ministro.
Maggi também falou sobre a proposta de taxação das exportações agrícolas para o financiamento da Previdência Social. Ele manifestou surpresa com as informações veiculadas pela imprensa. “Nós tivemos uma reunião com o presidente Michel Temer e a equipe econômica e esse assunto não foi tratado.”
O ministro adiantou que será contra a proposta, que considera “um abraço de afogado”. “Vou lutar até o final, mas se o presidente Temer disser que é uma decisão de governo não tem mais o que fazer”. Os produtores, na avaliação de Maggi, terão perdas financeiras e de competitividade.
Blairo Maggi anunciou ainda que está analisando uma proposta de revisão dos juros para o financiamento de investimentos agrícolas. Atualmente, os juros praticados se encontram na ordem de 10%. Para uma inflação de 8%, como está sendo registrada hoje, esse percentual não é elevado. No entanto, como os empréstimos para financiamento são de longo prazo, a queda da inflação pode gerar juros reais elevados para o produtor.
“Estamos estudando com o Ministério do Planejamento a possibilidade de criarmos uma escala móvel para baixo, que seria a inflação e mais um percentual qualquer”, comentou o ministro. Essa proposta ainda não está concluída, mas já foi discutida com a equipe econômica durante a reunião realizada nessa quarta-feira (22/06) com o presidente Temer.
O ministro também tratou da venda de terras para estrangeiros, defendendo a proposta com restrições para as culturas anuais.
Com relação ao aumento das vendas para o exterior, o ministro anunciou viagens para o Canadá, Estados Unidos, norte da China, Malásia, Coreia do Sul, Vietnã e Índia, entre outros.